Acabou. Após inúmeras polêmicas, especulações e declarações, a ‘novela" Diego Costa ganhou seu último capítulo nesta quinta-feira. Nascido no Brasil, o atacante, naturalizado espanhol, foi convocado pela primeira vez para defender a atual seleção campeã mundial. O treinador Vicente Del Bosque, peça fundamental no convencimento do jogador para ‘se tornar espanhol", chamou o atleta do Atlético de Madrid para os amistosos da Roja diante de Guiné Equatorial e África do Sul, nos dias 16 e 19 de novembro, respectivamente, e encerrou de vez uma das maiores novelas dos últimos tempos.
Com a lembrança de Del Bosque, fica cada vez mais claro que Diego Costa estará no Brasil no ano que vem para a disputa da Copa do Mundo. Ele é o artilheiro do Campeonato Espanhol ao lado de Cristiano Ronaldo com 13 gols e o principal nome do excelente início de temporada do Atlético de Madrid, vice-líder da Liga BBVA e já classificado para as oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa deste ano.
"Ele está jogando muito bem, vivendo um momento espetacular. É uma opção a mais, sem dúvida, acrescenta muito. É evidente que nos movimentamos muito para que conseguíssemos contar com ele. Cumpriu todos os requisitos e, pessoalmente, causou uma boa impressão podermos tê-lo junto conosco. Não existe crédito ilimitado para ninguém, mas, daqui até março (próxima data Fifa), ele estará nas mesmas condições que os demais", explicou o treinador espanhol.
Desde a conquista da Europa de 2012, na Ucrânia e Polônia, a seleção espanhola busca um centroavante que assuma a condição de titular absoluto. Fernando Torres e David Villa estiveram em maus momentos nos primeiros meses de 2013, e, por isto, até Roberto Soldado foi testado na Copa das Confederações. No entanto, o atacante do Tottenham não foi bem e abriu ainda mais brecha para a convocação de Diego Costa. Neste momento, o principal concorrente do brasileiro no ataque da Roja parece ser Álvaro Negredo, atualmente no Manchester City.
Os outros destaques da lista de Del Bosque são o retorno do volante Xabi Alonso e a ausência de Xavi. Como o jovem Koke recebeu outra oportunidade e Javi Martínez também foi incluído, o capitão do Barcelona foi poupado e deve ser lembrado nas próximas convocações. Entre os atacantes, Fernando Torres, Soldado e Michu também foram ausências. Além de Diego Costa, Negredo, Villa e Pedro foram chamados.
Entenda a "novela"
Diego Costa passou a ser ‘desejado" pela seleção espanhola a partir do fim de setembro, quando se estabeleceu como o principal destaque do Atlético de Madrid no Campeonato Espanhol. A Real Federação de Futebol Espanhola (RFEF) enviou um pedido à Fifa, requisitando a liberação para o atacante atuar por La Roja. O artilheiro da competição nacional, então, começou a ser ‘objeto de disputa" entre Brasil e Espanha.
A Confederação Brasileira de Futebol foi à Fifa interceder contra o caso, afirmando que Diego já vestiu a camisa verde e amarela em amistosos diante de Itália e Rússia, ainda neste ano. A RFEF, por sua vez, usou o argumento (válido) de que o atacante não atuou pelo Brasil em partidas oficiais.
A entidade máxima do futebol mundial, então, encaminhou o caso para um painel especial e pediu uma liberação oficial por parte da CBF, para agilizar o processo e liberar Diego Costa para a seleção espanhola. A instituição que gere o esporte bretão no Brasil, entretanto, não abriu mão do atacante, que foi convocado por Luiz Felipe Scolari para defender a Seleção Canrinho nos amistosos contra Chile e Honduras, em novembro. Diego, porém, rechaçou vestir a camisa verde e amarela e escolheu por defender a Espanha, país que, segundo ele, deu tudo o que tem hoje no futebol.