O Brasil não terá um representante na Fórmula 1 pela primeira vez em 48 anos. Com a aposentadoria de Felipe Massa ao final da atual temporada, um dos países mais apaixonados pela principal categoria do automobilismo mundial precisará se acostumar a torcer por estrangeiros a partir de 2018, uma vez que não há qualquer previsão de novos brasileiros no grid a curto prazo.
Desde que Emerson Fittipaldi ingressou na Fórmula 1, em 1970, o Brasil teve representantes em todas as temporadas. Pela Lotus, Fittipaldi faturou o Mundial de 72, antes de se transferir para a McLaren, em 1974, quando novamente levantou o caneco e se firmou como um dos ícones do automobilismo brasileiro.
Depois de Fittipaldi abrir caminho, outros pilotos do Brasil tiveram uma carreira na Fórmula 1 (ao todo foram 31). Nelson Piquet foi um dos mais ilustres, se despedindo das pistas como tricampeão mundial. Dois de seus títulos foram conquistados guiando pela Brabham, em 1981 e 1983. Já em 1987, pela Williams, Piquet voltou a reinar na categoria, entretanto, um outro brasileiro já surgia para assumir o protagonismo: Ayrton Senna.
Um dos pilotos mais aclamados da história da Fórmula 1, Senna conquistou seu primeiro título em 1988, logo em sua estreia na McLaren. Após se destacar pela Lotus, o audacioso piloto da zona norte de São Paulo, enfim, pôde guiar um carro que o desse as condições necessárias para ele mostrar seu verdadeiro potencial e não decepcionou. Ao todo, foram três títulos (1988, 1990 e 1991), todos eles com a equipe inglesa, que também contava com Alain Prost, maior rival de Senna.
Com a morte do tricampeão mundial em primeiro de maio de 1994, no circuito de Ímola, em San Marino, Rubens Barrichello foi quem tomou o bastão e seguiu mantendo o Brasil em um lugar de destaque na Fórmula 1. Posteriormente, Felipe Massa herdou o posto do seu compatriota na equipe italiana e agora, prestes a encerrar sua carreira na principal categoria do automobilismo mundial, o atual piloto da Williams ainda reflete sobre como escreverá o fim dessa história.
“Não sei como a despedida vai ser ainda. Quero ver e tentar projetar como vai ser o futuro da minha carreira como piloto. Gosto de correr, me sinto ainda competitivo e quero achar uma categoria que me dê prazer de correr”, afirmou Massa.
Antes de começarem a se acostumar com uma nova realidade na Fórmula 1, os brasileiros poderão aproveitar para se despedir de perto de Felipe Massa neste domingo, a partir das 14h (de Brasília), horário da largada do GP do Brasil de Fórmula 1. O piloto da Williams, na nona colocação, dividindo a quinta fila com o francês Esteban Ocon, da Force India.