Este ano foi de muitas conquistas, desafios e lutas”. A afirmação foi feita pela secretária geral do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Marli Keller, ao avaliar a atuação da entidade em 2005. Ao fazer um balanço das atividades desenvolvidas, a sindicalista se mostra entusiasmada com as metas estabelecidas. “Mesmo com a postura do governo estadual, não podemos desanimar. Nossa missão é trabalhar pela organização da categoria”, frisa Marli Keller, lembrando que a história do Sintep foi construída em cima de muita luta.
“Os quarenta anos do sindicato (completados em 2005) são resultado do esforço e da garra dos profissionais no ensino público. Por isso, temos que resistir e continuar provocando debates políticos”, ressalta Keller. A diretora do Sintep lembra que os debates foram sobre as condições de trabalho, salários e conseqüentemente sobre eficácia do ensino.
Nas contas da professora, o sindicato conseguiu atingir muitas metas planejadas este ano como a reinstalação do Fórum Estadual de Educação para discutir reposição salarial, realização de conferência estadual e concurso público e transporte escolar. “Esses pontos foram colocados como reivindicação da categoria”, detalha a sindicalista.
Ela disse que essas conquistas foram frutos da negociação dos 18 dias de greve, no mês de maio. “Os números cobrados na recomposição salarial da categoria foram apresentados ao fórum por meio de estudo, que gerou a edição de uma cartilha editada pelo setor de comunicação do Sintep. Nessa análise, o sindicato aponta como o governo deveria garantir a recomposição dos profissionais através da renuncia fiscal de vários produtos”, assinala a secretária geral do Sintep.
O Sintep mobilizou a categoria e elaborou um dossiê revelando a situação das escolas em diversos municípios do Estado. O documento com fotos dessas escolas foi exposto em eventos e praças públicas de Cuiabá.
O sindicato também realizou visitas de trabalhadores à Assembléia Legislativa. A cada semana, de outubro a novembro, uma caravana de profissionais no ensino representando as regiões de Mato Grosso fazia visitas a deputados. Esse contato dos trabalhadores com os deputados levou a Secretaria de Educação a se posicionar e justificar a situação das escolas. “Só que os prédios continuam em péssimas condições”, aponta a vice-presidente do Sintep, Cida Cortez.
A vice-presidente do sindicato disse que o governador Blairo Maggi (PPS), mesmo reconhecendo as perdas salariais, descumpriu o compromisso. “Na última audiência (no dia 23 de novembro) ele (Blairo Maggi) não teve como dizer que as escolas estão boas, que não perdas salariais e que não há necessidade de realizar concurso, uma vez que quase a metade da categoria é contratada”, sublinha Cida Cortez.
Ela acrescenta ainda que o governador disse em abril que se alguém provasse que o Estado dispunha de meios para permitir o pagamento das perdas salariais dos trabalhadores da educação a administração viabilizaria a recomposição. “Provamos no estudo que a administração pública tem como priorizar o pagamento das perdas, e mesmo assim o governador não honrou a palavra”, pondera Cortez.
Para ela, a posição do governo reforça o descompromisso com a Educação. “Independente dessa postura, este ano foi muito positivo para o Sintep justamente porque a entidade marcou presença e buscou o diálogo com o governo estadual. “Também participamos dos planos municipais de educação e organizamos nossa base para participar de audiências públicas e de conferências sobre políticas de igualdade social, meio ambiente, cidades e sociedade. Além disso, buscamos interlocução no interior por meio das universidades federal e estadual”, conclui Marli Keller.