A ausência da internet é o problema mais recente enfrentado pelos professores e estudantes da rede estadual de Mato Grosso. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), a falta de controle por parte da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) sob os recursos da pasta tem aprofundado as medidas economicistas, atingindo os direitos dos trabalhadores da educação e o processo pedagógico nas escolas.
A secretária-geral do Sintep, Jocilene Barboza dos Santos, destaca que apesar de a Seduc não ter assumido, existe a possibilidade das contas não terem sido quitadas. A carência dos serviços pode ser a ausência de pagamentos, pois o descaso com a educação tem sido frequente. “Até mesmo a própria Seduc/MT está enfrentando problemas com o corte na internet e telefone. Esse é mais um sinal da precarização da educação no Estado”.
A sindicalista detalha que municípios como Rondonópolis, Itiquira, Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Várzea Grande e Cuiabá já fizeram reclamações junto ao Sintep devido à falta dos serviços. “A situação pode gerar um caos ainda maior, pois os diários dos professores são eletrônicos, os mesmos já enfrentavam problemas com a lentidão do sistema e com o aumento no volume de dados, e o grande número de acesso simultâneo o sistema poderá travar dificultando, dessa forma, ainda mais o serviço”.
O secretário de Formação do Sintep/MT e membro da Regional Sul I, João Eudes Anunciação, informou que no município de Rondonópolis, estudantes e professores de 35 escolas estão enfrentando dificuldades com a falta de internet. “A situação tem dificultado até mesmo a comunicação com os órgãos estaduais e municipais”, explica o sindicalista que ainda ressalta os prejuízos no aprendizado dos alunos. Em relação às atividades administrativas, João Eudes detalha que os poucos computadores dos laboratórios de informática, que ainda possuem o serviço de internet, estão sendo utilizados para realização de serviços burocráticos.
O Sintep/MT critica a falta de autonomia financeira da Seduc/MT e a centralização da arrecadação estadual na Conta Única gerenciada pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), que retira volumes significativos de recursos da Educação.