Acadêmicos da Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Sinop, voltam a se reunir nesta segunda-feira em mais uma assembleia. O intuito é deliberar sobre a continuidade da paralisação estudantil deflagrada na semana passada. Uma comissão com cerca de 45 acadêmicos e professores da Unemat viajam hoje à noite para Cuiabá onde acompanham amanhã, na Assembleia Legislativa, a votação que decidirá o pedido de ação contra o reitor da universidade, Taisir Karim.
As acusações contra o reitor, que constam em um documento entregue aos deputados e ao secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro, apontam 29 irregularidades praticadas pela reitoria. As denúncias vão desde a contratação de funcionários fantasmas (DAS), passando pelo descumprimento das leis até o pagamento de salário de mestre para professores que não têm mestrado.
Conforme Só Notícias informou, a comissão enviou uma relação com itens reivindicados, desde o afastamento da reitoria, pró-reitoria, institutos, faculdades e autarquias (editora, Faesp, Covest) para auditoria fiscal e administrativa; convocação do Conselho Curador com representação da Central Única dos Trabalhadores e órgãos independentes para fins de homologação do estatuto da Unemat; concurso público para docentes, em especial do curso de engenharia civil campus de Sinop e engenharia florestal campus de Alta Floresta; contratação em regime de urgência de servidores, especialmente para suprir bibliotecas, laboratórios de informática e departamentos até que se determine concurso público; revogação do atual calendário por inviabilizar as atividades de pesquisa e extensão, comprometendo a qualidade de ensino.
Hoje, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), de Sinop, contestou a nota divulgada pela coordenação do campus de Sinop, cujo teor afirmava que “que todas as atividades no campus estão sendo realizadas normalmente, inclusive a biblioteca e as atividades de pesquisa e extensão (Unipop), mesmo com a mobilização feita pelos acadêmicos contra a mudança no calendário acadêmico. Os funcionários que, embora apóiem o movimento dos acadêmicos, continuam desenvolvendo suas atividades normalmente”.
Em nota do diretório, integrantes afirmam que “a coordenação da universidade informou equivocadamente a população, sobre o movimento deflagrado pelos estudantes, em protesto aos delitos e abusos administrativos verificados no exercício da atual reitoria da universidade, que têm comprometido seriamente as condições de ensino, pesquisa e serviços na instituição”.
Segundo a informação, “para a garantia de funcionamento da biblioteca do campus de Sinop, a coordenação remanejou técnicos de outras funções para operar na biblioteca. Para tanto, outras atividades internas do campus foram paralisadas ou limitadas. Por outro lado, o pessoal remanejado não constitui mão-de-obra habilitada para o exercício na biblioteca, que opera hoje com três funcionários por turno, para atender a um público de 2 mil estudantes”.