Professores das redes municipais de ensino de Cuiabá e Várzea Grande ameaçam paralisar as atividades. Na Capital, durante assembleia, a categoria aprovou o estado de greve e aguarda reuniões que serão realizadas entre representantes da subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), o prefeito Chico Galindo (PTB) e o secretário de Educação do município, Permínio Pinto Filho. Em Várzea Grande, o sindicato denuncia o descumprimento de acordo firmado há 1 mês que motivou a suspensão do movimento.
Os trabalhadores de Cuiabá reivindicam 15% de reajuste sendo 6,71% correspondente à inflação do último ano e o restante de ganho real. Segundo a presidente da subsede do Sintep em Cuiabá, Helena Maria Bortolo, há 7 anos os profissionais só recebem a recomposição das perdas salariais. "Desta vez, na nossa data-base, que é julho, queremos também o aumento do poder de compra".
Conforme a sindicalista, vários debates já foram realizados com o prefeito em exercício, Júlio Pinheiro, e a secretária adjunta da pasta, Cilene Maria Lima Antunes Maciel. No entanto, eles alegaram que apenas Galindo e Permínio é que possuem autonomia para propor um reajuste. Além da questão salarial, trabalhadores das 96 escolas e 47 creches cobram o cumprimento da Lei Orgânica do Município no que se refere à concessão de aposentadorias, de licenças-prêmio e evolução de nível.
Na cidade industrial, a presidente da subsede, Maria Aparecida Cortez, acusa a secretária de Educação do município, Zilda Pereira Leite, de não efetuar o pagamento do reajuste aos 4,2 mil profissionais que compõem a rede. Além disso, a secretária ainda não constituiu comissão paritária para analisar e propor um Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). "Não bastasse descumprirem, eles iniciaram um processo de demissão em retaliação ao movimento para acomodar nas escolas apadrinhados políticos lotados na sede".
A assessora especial da pasta, Catarina Sena Toledo, reconheceu o equívoco no pagamento. Alega que, no entanto, uma folha de pagamento suplementar, com os reajustes acertados anteriormente, já foi confeccionada e paga nesta quinta-feira (14). "Cumprimos tudo aquilo que foi acertado com a categoria e manteremos esta postura. Inclusive, o sindicato já foi informado sobre o erro".
Para discutir o PCCS, a comissão já foi definida pela pasta e, segundo a assessora, será publicada ainda hoje, com prazo de 30 dias para construção e apresentação de propostas ao Executivo municipal. As demissões, no entendimento de Catarina, têm ocorrido por redimensionamento de rede, após análise de técnicos da pasta nas unidades escolares do município. "Quando comprovamos o excesso de servidores em uma determinada função, temos proposto o remanejamento para outras escolas. Se não há o aceite, a secretaria não vê outra alternativa senão a demissão".