Professores da rede estadual de ensino, pais e alunos, se reuniram, hoje, no Centro Político Administrativo (CPA), em Cuiabá, para cobrar o pagamento dos salários desse mês dos interinos, que estão repondo aulas. O ato público iniciou na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e os manifestantes caminharam com faixas e bandeiras até a sede do Palácio do Governo e do Tribunal de Justiça.
A assessoria informou que os salários deveriam ter sido pagos hoje. Além do pagamento aos contratados, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) cobrou os pontos que ainda estão pendentes na negociação com a Seduc, como a realização de um novo concurso público, a reposição de aulas sem que extrapole a carga horária semanal dos profissionais e o processo de atribuição de aulas.
O presidente Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento, disse que os argumentos apresentados pelo governo para não pagar os profissionais são fracos e negligenciam as leis trabalhistas. "Esses profissionais trabalharam o mês de janeiro sem nenhuma remuneração, pois de acordo com a Seduc pagar esses profissionais constituiria improbidade administrativa, mas improbidade administrativa é não cumprir os acordos feitos na greve e não investir os 35% da receita do Estado na educação. Essa situação não pode continuar".
Ele também apoiou o movimento o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect-MT). Para o diretor José Carlos Rodrigues de Castro a luta pela educação é de toda a sociedade. "O mesmo governo que explora os trabalhadores do Correios é o governo que explora os trabalhadores da educação. Essa luta não é de classes ou categorias, pois os problemas que acontecem na educação pública refletem na vida de todos os trabalhadores".
O secretário de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT/MT), Robson Cireia, enfatizou que as condições vividas pelos profissionais da educação não podem ser aceitas. "Nós da CUT também estamos cobrando o pagamento dos salários do mês de janeiro dos contratados, porque trabalhar sem contrato e sem receber é trabalho escravo".
O Sintep/MT aguarda a decisão judicial de um novo pedido encaminhado ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso para que o Estado seja obrigado a pagar os dias trabalhados. Na última decisão do órgão, foi determinado que os trabalhadores não tinham nenhum vínculo com a Seduc após o fim do contrato, o que significa que não precisariam trabalhar após esse período.