Os alunos continuarão tendo aulas aos sábados nas escolas estaduais em Sinop. De acordo com o assessor pedagógico Luiz Garcia, até o momento, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) tem mantido o cronograma de reposições que começou sábado (21) e prevê o término do ano letivo até o dia 31 de janeiro. “Continua o posicionamento da última portaria. Aliás, estamos em conversa diária com a secretaria e sequer se cogitou a possibilidade de um calendário alternativo”, explicou, ao Só Notícias.
De acordo com o assessor, o Estado deverá aditivar recursos para a Secretaria Municipal de Educação gerenciar as linhas de ônibus compartilhadas (entre estudantes do Estado e do município). O transporte é necessário para alunos das escolas Renê Menezes, São Vicente, Djalma Guilherme e Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja). “Esta situação está praticamente concluída. Isso foi possível porque o governo montou o calendário prevendo todas estas variáveis”.
Luiz Garcia ainda destacou que as aulas aos finais de semana são o “ônus” da greve. “O Estado tem a obrigação de ofertar as condições como transporte, merenda e estrutura física. O professor, independente da quantidade de alunos, vai cumprir horário. O estudante que não quiser ir, não tem problema, desde que seja responsável por si mesmo. Se ele achar que não implicará em 25% de faltas e em perda de conteúdo, tudo bem. Ele tem que avaliar isso. Por outro lado, é obrigação dos pais encaminharem os filhos menores”.
Conforme Só Notícias já informou, o promotor Nilton César Padovan abriu um inquérito para apurar a portaria expedida pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) que determinou o término do ano letivo até o dia 31 de janeiro do ano que vem. Para o promotor, “é público e notório que os alunos não comparecem nas aulas aos sábados, havendo verdadeiro ‘faz de conta’ e, assim, prejudicando o aprendizado”. Segundo ele, a situação acarreta diversos problemas e fere a autonomia das escolas de se auto-organizar. “Muito alunos, especialmente do ensino médio, trabalham aos sábados e não poderão frequentar as aulas”.
Das 24 escolas estaduais no município, quatro vão encerrar por completo as aulas do ano letivo de 2016 até dezembro. As escolas Nilza de Oliveira Pipino, Edna Dalabeta, Bom Jardim e Jorge Amado devem finalizar o calendário até 23 de dezembro. Na Nossa Senhora da Glória, somente as séries iniciais do ensino fundamental deverão encerrar até dezembro, enquanto as demais turmas terminam o ano letivo em 2017.
Dentre essas unidades, a Nilza Oliveira Pipino foi a que teve menos dias-aulas perdidos. A escola ficou parada por apenas 15 dias, em decorrência da ocupação dos membros da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de Sinop (UMESS), que aconteceu em junho deste ano. As demais unidades escolares terão aulas até o dia 26 de dezembro, seguidas do recesso até 9 de janeiro e depois até o dia 31 deste mesmo mês.
A reposição de aulas está sendo necessária devido a greve de mais de 60 dias dos profissionais da rede estadual de Educação. Eles paralisaram as atividades cobrando o Reajuste Geral Anual (RGA), concurso público e contrário ao projeto do governo do Estado de Parceria Público-Privado nas escolas, entre outras reivindicações. O governo do Estado atendeu parte das solicitações e às aulas retornaram no dia 8 deste mês.