As consultas para vendas a prazo, que sinalizam o ritmo de atividade no comércio, aceleraram no último mês de novembro com alta de 3,87% frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados do indicador mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O resultado supera a alta de 2,60% apresentada em novembro de 2013, mas fica abaixo da variação positiva de 8,26% registrada no mesmo mês de 2012.
A expansão pontual da atividade varejista no mês de novembro, contudo, não foi suficiente para reverter a tendência de desaquecimento das vendas parceladas no comércio ao longo deste ano (veja o gráfico abaixo). Dados do acumulado de 2014 mostram que nos últimos 11 meses, frente ao mesmo período do ano passado, as consultas para vendas a prazo caíram 0,37%.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o resultado positivo apresentado pelo mês novembro destoa das variações negativas e dos crescimentos modestos registrados nos meses anteriores. A economista afirma ainda que a retração nas vendas acumuladas do ano é consequência da economia em declínio, "influenciada principalmente pela elevação dos juros cobrados pelos credores, pela persistência da inflação no limite da meta, pelo menor crescimento da renda dos trabalhadores e pelo maior rigor na concessão de crédito".
Na avaliação de economistas do SPC Brasil, o brasileiro está com o 'pé no freio' quando o assunto é consumo. "Com a confiança do consumidor em baixa e com os bancos e comércio mais criteriosos na concessão de financiamentos, é mais fraca a evolução do crédito na economia. Além disso, o apetite do consumidor para contrair novas dívidas está em desaceleração, uma vez que seus gastos e pendências já atingiram o limite", explica a economista.