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Usinas tendem a ser flex em Mato Grosso

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A tendência das indústrias de etanol é ser flex, assim como boa parte dos veículos que rodam pelo Brasil. Mas, neste caso, o flex refere-se à produção de etanol tanto de cana-de-açú- car quanto de milho. Assim, ao invés de operarem durante 180 a 190 dias por ano, as indústrias poderão trabalhar 340 dias por ano. Os desafios técnicos de uma planta flex foi um dos assuntos debatidos durante o 7º Encontro Sucronergético Estadual, realizado na última semana em Cuiabá.

Promovido pelo Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool/MT), o evento reuniu empresários, técnicos e profissionais do setor, que durante 2 dias, assistiram palestras e debateram sobre os desafios técnicos para incrementar a produção de açú- car e etanol. Mato Grosso tem 11 indústrias de açúcar e etanol. Destas, 7 trabalham somente com cana-de-açúcar, uma somente com milho (FS Bioenergia), 3 são flex e uma (Coprodia) está em fase final de transição para o flex.

O uso do milho acaba com a entressafra da cana, entre novembro e abril, em que as indústrias precisam ficar paradas por falta de matéria-prima. A possibilidade de trabalhar com os 2 tipos de matéria-prima é viável para todos os tamanhos de planta. “É possível para todos. Claro que indústrias mais modernas e equipadas terão que fazer menos investimentos e terão mais ganhos, retorno de capital maior. Mas o etanol do milho já não é mais uma tendência, é uma realidade”, afirma o gerente de área da Barralcool, José Raimundo Costa Neto.

“É uma tendência do mercado ser flex, onde existe a disponibilidade de milho. Na entressafra tem-se a disponibilidade de equipamentos, trabalhadores e também pode ser feito concomitantemente”, explica o gerente industrial das Usina Itamarati, Ricardo Stecklberg. E, em Mato Grosso, o que não falta é milho. O estado é o maior produtor de do Brasil, com previsão de produzir 26 milhões de toneladas na safra 2017/2018.

Com a otimização da produção na indústria e o consequente aumento na produção, o setor se mostra otimista em relação ao mercado. Muitos projetam que Mato Grosso será grande exportador de etanol e poderá se tornar produtor de eteno. “Eteno é a matéria-prima do plástico, todo polietileno é derivado do eteno. Este processo de transformar o etanol em eteno já é conhecido e dominado. Seria o plástico verde”, explica Costa Neto. Segundo técnicos do setor isso atrairia indústrias de plástico para Mato Grosso num curto espaço de tempo. Claro, se houver vontade dos empresários, investimentos e incentivos públicos para as indústrias.

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