Uma missão da Japan International Cooperation Agency (Jica) a Agência de Cooperação Internacional do Japão esteve em Sinop, na sexta-feira, debatendo na prefeitura municipal,projeto de cooperação técnica na área de agricultura. Ele se reuniram com equipes das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e visitaram o centro da pesquisas da Embrapa Agrossilvipastoril. Embora não se tenha definido o objeto central da cooperação, os planos podem convergir em torno da agropecuária. “Queremos fazer uma prospecção sobre agricultura, silvicultura, levar as discussões para o Japão e discutir um formato para propor uma cooperação”, disse o agente governamental Akira Kamidohzono.
Os técnicos da agência coletaram informações que vão subsidiar a elaboração do documento e percorrem territórios considerados estratégicos em termos de expertise em alguma das frentes sobre as quais se têm interesse. Mato Grosso (agropecuário), São Paulo (acadêmico e industrial) e Brasília (governamental) estão no roteiro de visitas, com diálogos programados com o poder público municipal, universidades, iniciativa privada e Governo Federal. Em Mato Grosso, são objeto de verificação e levantamento as experiências de sucesso nas áreas agrícola, pecuária e ambiental, informa a assessoria.
A atenção japonesa na agricultura mato-grossense é porque, no Japão, apenas 30% de suas terras consideradas agricultáveis (limitações impostas por condições de relevo), sendo a maior parte destinada à produção de arroz, o Japão não possui uma agricultura e pecuária autossuficientes, sendo dependente do mercado externo na hora de comprar carnes e produtos agrícolas voltados à alimentação.
Ano passado, apenas Mato Grosso negociou US$ 182,16 milhões em diferentes produtos para o Japão no último ano. No centro dos debates quanto a uma nova proposta de cooperação, o município de Sinop, pode se beneficiar. “Em primeiro lugar porque existe, realmente, um potencial para crescimento da atividade agrícola. E aqui existe toda uma cadeia de produção que inclui soja, milho, algodão e tudo isso vai realmente para o Japão. A ideia é ter esse foco. Como Sinop está contribuindo no Japão, a ideia é a gente ter alguma coisa que possa contribuir [com a cidade]”, destacou Akira Kamidohzono, ao expor o motivo que levou a comitiva japonesa a visitar o município.
Na matriz econômica sinopense, a agropecuária divide espaço com os setores de serviços e industrial na geração de renda e composição do Produto Interno Bruto (PIB) municipal. São exploradas comercialmente atividades agrícolas como a da soja, do milho, do algodão, da cana de açúcar, do arroz, do feijão, além da pecuária bovina. Ivete Malmann, secretária de Meio Ambiente, ao apresentar um prognóstico ambiental de Sinop, articulado à realidade regional, ressaltou o esforço em torno da produção sustentável de alimentos na agropecuária. Igualmente, sobre o papel da pesquisa na evolução da agricultura, com ênfase ao trabalho regional conduzido pela Embrapa Agrossilvipastoril e que tem revelado uma nova perspectiva quanto à integração entre a agricultura, a pecuária e a floresta.
Na avaliação da gestora, a visita de técnicos da Agência Japonesa em Sinop abre portas para futuras parcerias. “Sabemos que o Japão tem uma área agricultável muito pequena, em torno de 30%, e podemos fazer novas parcerias. Eles já têm tecnologias importantes e que podem ser agregadas ao agronegócio. Isso é importante para o município de Sinop, considerando-se a importância regional e instituições de pesquisa que temos em nosso município, a exemplo da Embrapa e das Universidades”, ponderou Ivete Mallman, através da assessoria.