terça-feira, 16/abril/2024
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Sinop: economista avalia que setor de serviços vai ser mais impactado por causa da crise do Coronavírus

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Só Notícias/Luan Cordeiro (foto: Mauricio Vitorino/MB/arquivo - atualizada 10:48h)

Cerca de 12 mil empresas ficaram fechadas de segunda-feira até a última quinta (25) e na sexta-feira uma parcela considerável voltou a atender. A quantidade atual fechada, baseada em decreto estadual para restringir aglomerações, não foi informada. O economista Feliciano Azuaga, da Unemat Sinop, avaliou que o retorno as atividades não significa necessariamente uma amenização nos impactos econômicos que podem ser causados. “Sinop vai sofrer de qualquer forma, essa redução do Produto Interno Bruto dependerá sim do tempo de paralisação, está em média de 8% ao mês. Se houver um retorno parcial pode ser amenizado, mas ainda não sabemos o impacto da pandemia, pois pode gerar uma crise de confiança e mesmo que reabra a demanda não volte da mesma forma que antes”, analisou, ao Só Notícias.

“A redução do crescimento, do impacto vai ser de acordo com o tempo parado. A previsão é que for um mês você joga uma taxa de -8% ao ano, se for dois meses -16%, se for 3 meses vai ser acima de -24%. Conforme o tempo vamos conseguir mensurar o prejuízo com mais precisão”, salientou. “Ainda não existe uma avaliação sobre a magnitude mas o que podemos adiantar, inicialmente, a nível nacional, é que o governo fez uma previsão que o país cresceria 2,5% nesse ano, aí diminuiu para 0, e na revisão de hoje está em -7,5%. A pandemia vai causar um impacto grande, isso já é claro e vai atingir a todos”.

“Para Sinop podemos tomar como exemplo de outros países que já enfrentaram a pandemia. Na China a taxa de crescimento já está em -22%. Estados Unidos também já está negativo. Isso vai acontecer no mundo inteiro”, acrescentou. Para Feliciano, o segmento de prestação de serviços vai ser o maior impactado. “Você precisa ter o contato direto com o cliente. Onde você consegue fazer a substituição por um canal de atendimento, substituir o físico pelo delivery, o impacto vai ser menor, mas mesmo assim vai sofrer”, expôs. O setor de serviços representa cerca de 60% do número de empresas em atividade no município.

O economista também destacou que os empresários devem ficar atentos as medidas econômicas tomadas pelo governo. “As decisões relacionadas a postergação de impostos, a redução de taxas burocráticas, estar antenado com os informativos locais das associações, da área trabalhista e tributária”. “Além disso deve organizar suas contas, eliminar o máximo de custos fixos, se não tiver fluxo de caixa para passar esse período vai ter que buscar alguma linha disponível no sistema financeiro para manter o mínimo e não precisar fechar as portas. O empresário vai ter que fazer uma reestruturação da estrutura de custos dele, e buscar formas de financiamento para conseguir que a empresa arque com as demandas básicas e consiga sobreviver nos próximos meses”, aconselhou.

“Algumas medidas para tentar amenizar isso, são por exemplo liberação de crédito para quem não tem capital de giro para passar esse momento, isso já está disponibilizado, mas ainda não está operacionalizado, em breve estará. A segunda linha é a redução de impostos e as cobranças dos impostos via Procuradoria Geral da Fazenda, alguns serão postergados”. “Uma terceira linha vai ser o sistema de créditos, o banco central anunciou algo acima de R$ 1,3 trilhão, então vai ter muita liquidez, muito credito disponível, mas isso não tem efetividade se as pessoas não quiserem investir, não tiverem uma previsibilidade sobre o futuro”, adiantou.

Outra decisão citada por Feliciano, e que pode ser aprovada nos próximos dias, é o pacote de ajuda em relação a folha de pagamento. “Essa vai atingir diretamente as empresas, ainda não saiu a medida sobre isso, se vai poder ou não fazer suspensão do contrato. Saiu no domingo, aí foi revogada, e deve sair novamente hoje. Isso vai possibilitar a suspensão do contrato e um subsidio do governo, possibilitando um impacto bem importante, as empresas já estão esperando porque o maior custo físico é a folha de pagamentos”, destacou.

Para o economista o que mais é importante nesse momento continua sendo a preservação de vidas. “Em uma situação de uma economia de catástrofe, de guerra, temos que lembrar que o ativo mais importante das pessoas continua sendo a preservação da vida. Ativos financeiros, ou outros, você consegue recuperar, o governo tem instrumentos para apoio nesse momento. As pessoas estão entrando em uma falsa dicotomia entre economia e vida, que já se mostrou errado em outros países e isso pode gerar um custo econômico muito maior no futuro”, concluiu.

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