Em conversa com cerca de 50 diretores da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), o secretário da Fazenda, Waldir Teis, afirmou ser necessário uma reforma política e tributária para o país crescer, em resposta à cobrança da classe empresarial de diminuição dos impostos. Os empresários reiteraram apoio a Teis e afirmou ser esta a única solução para o setor produtivo não ser inviabilizado.
“A demanda social é muito grande e a manutenção da administração pública sobrecarregam os cofres públicos. Uma redução da carga tributária somente é possível com mudança no sistema político e tributário do Brasil. Essa reforma é inevitável, porque o povo não agüenta mais pagar tantos impostos, e a carga tributária em todas esferas federativas tende a aumentar, se não houver alteração nesse sistema ele vai entra em colapso”, disse o secretário.
Segundo o presidente da Fiemt, Nereu Pasini, a classe empresarial está quase inviabilizada pelo excesso de tributos a ela imposta. Mas, concorda com o Teis que se a sociedade não se movimentar para provocar mudanças no sistema político brasileiro, a tendência é de continuar pagando cada vez mais imposto.
“Sustentar um sistema político que pouco retribui com serviços é muito oneroso à população”, observou Pasini.
De acordo com o secretário, Mato Grosso passa por um momento muito difícil na economia em função da crise do agronegócio, setor que representa 70% da arrecadação do Estado. Por isso, o empresário deverá adotar planejamento tributário e societário para minimizar custo e conseguir sobreviver a essa dificuldade, que reflete em todos o setor produtivo.
Um dos diretores da Fiemt, Mauro Mendes, reiterou que o país somente se tornará competitivo e forte no cenário econômico interno e externo se ocorrer mudanças na estruturas políticas do executivo, judiciário e legislativo.
“Não podemos mais continuar mantendo um sistema corroído, o setor produtivo tem que se organizar para mudar esse modelo administrativo”, afirmou o empresário.
Waldir Teis informou ainda aos diretores que Mato Grosso, assim como o Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul, busca amenizar os impactos negativos provocados pela Lei Kandir na economia estadual. Segundo ele, Mato Grosso contabiliza perda na arrecadação de R$ 3 bilhões desde 1996, quando a Lei entrou em vigor.