A indústria de móveis brasileira prevê crescer cerca de 5% este ano, depois de registrar queda de 3,92% no faturamento em 2005, segundo balanço setorial divulgado, em São Paulo, pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel).
Essa queda deveu-se principalmente à crise política, que travou as vendas no segundo semestre – à exceção de dezembro – e à sobrevalorização do real ante o dólar. A expectativa do setor moveleiro para 2006, porém, é de um crescimento de 5% em relação a 2005, caso a política cambial melhore.
“Essa previsão de crescimento pode ser superada se o paridade do real ante o dólar subir para R$ 2,50, com o setor crescendo cerca de 10%”, afirmou Domingos Rigoni, presidente da Abimóvel.
Segundo os dados apurados pela entidade, as exportações setoriais cresceram 5,3% em 2005 em relação a 2004, diante de uma expectativa no início do ano passado de crescimento de 25% nos embarques para o exterior. Essa freada no crescimento das exportações deve-se fundamentalmente à sobrevalorização do real ante o dólar, de acordo com os dirigentes da entidade.
O acréscimo relativamente pequeno das exportações, porém, impediu que fosse maior a queda no faturamento global do setor – que foi de R$ 12,05 bilhões em 2005, frente aos R$ 12,54 bilhões em 2004, diminuição de 3,92%.
“A crise política travou as vendas no mercado interno no segundo semestre do ano passado, período que tradicionalmente as indústrias moveleiras cerca de 20% mais que no primeiro semestre”, explicou Rigoni.
O presidente da Abimóvel, porém, revelou que dezembro teve uma grande recuperação, melhora essa detectada pelo IBGE na produção industrial brasileira em geral. “Este foi o melhor dezembro dos últimos dez anos para a indústria moveleira”, segundo Rigoni.
No balanço anual de 2005, a maior taxa de crescimento foi da Bahia (+50,60%), seguida por Minas Gerais (+46, 35%), Ceará (+44,61%) e São Paulo (+29,09%). Os estados que tiveram a maior queda no faturamento em 2005 diante de 2004 foram, respectivamente, Mato Grosso do Sul (-20,24%), Pará (-15,34%) e Maranhão (-7,70%).
Santa Catarina, responsável por 43,75% das exportações de móveis brasileiros, teve queda de 2,20%, o Paraná, outro estado exportador, caiu 0,99% e o Rio Grande do Sul cresceu apenas 1,50% ante 2004. As exportações brasileiras cresceram 42% em 2004 em relação a 2003 e praticamente dobraram em três anos, atingindo 991 milhões de dólares no ano passado.