A inadimplência dos consumidores voltou a registrar crescimento após cinco quedas consecutivas, revela o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, houve um ligeiro aumento de 0,3% na inadimplência das pessoas físicas, em relação ao mesmo período de 2006.
Quando comparado outubro de 2007 com outubro de 2006, a inadimplência dos consumidores também registrou evolução de 10,3%, e na variação mensal (outubro sobre setembro deste ano) o crescimento foi ainda maior, de 13,2%.
As dívidas com os bancos puxaram a alta na inadimplência dos consumidores, com uma participação de 39,5% no indicador (maior patamar no período desde 2002). De janeiro a outubro de 2006, o peso desses registros era de 32,0%.
O segundo lugar no ranking de representatividade da inadimplência das pessoas físicas foi das dívidas com cartões de crédito e financeiras, que tiveram participação de 30,3% até outubro. O índice foi inferior ao do mesmo período do ano passado, quando esses registros tiveram peso de 32,9% no indicador.
Os cheques sem fundos foram responsáveis por 27,6% da inadimplência dos consumidores até outubro. No ano passado, os cheques sem fundos representavam 32,2% da inadimplência. Por fim, os títulos protestados, que têm menor peso na inadimplência das pessoas físicas, apresentaram de janeiro a outubro, uma participação de 2,6%, inferior a do mesmo período de 2006, que foi de 2,9%.
Já o valor médio das dívidas com os bancos, nos dez meses de 2007, foi de R$ 1.276,92, com um aumento de 11,4% em relação ao acumulado de janeiro a outubro de 2006. O valor médio dos registros das dívidas com cartões de crédito e financeiras foi de R$ 366,69, com uma alta de 9,3% na comparação com o ano passado.
O valor médio das anotações de cheques sem fundos das pessoas físicas foi de R$ 605,88. Houve um aumento de 4,8% no valor médio desses registros em relação ao mesmo período de 2006. O valor médio dos títulos protestados, no mesmo período, foi de R$ 884,90, com evolução de 12,3%.
O aumento na inadimplência do consumidor na comparação entre os acumulados de janeiro a outubro de 2007 e 2006 reafirma a desaceleração da inadimplência das pessoas físicas.
A grande evolução do crédito – até setembro o acúmulo foi de 24,1%, segundo os últimos dados do Banco Central, e na relação setembro de 2007 ante setembro de 2006, houve um crescimento de 31,5% – define o maior endividamento da população, que até agora não foi acompanhado pela elevação da inadimplência por conta da expansão da renda e do emprego, sobretudo o formal, com carteira assinada, no ano.
Além disso, várias formas de crédito, como o consignado e a prática da “troca com troco” na aquisição de automóveis novos, por exemplo, entre outras, estão facilitando a administração orçamentária das famílias, com prazos mais longos e juros menores. O crescimento da inadimplência na comparação mensal (outubro com setembro), reflete o maior número de dias úteis no 10º mês do ano, em relação ao anterior, e as primeiras ocorrências de não pagamento das compras do Dia das Crianças.