O setor de frigoríficos de Mato Grosso terá representante na câmara técnica que está sendo criada para enfrentar a crise econômica pela qual passa o país, especialmente na construção e alimentação. A adesão ocorreu, ontem, em reunião na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), quando o secretário Valdiney de Arruda entregou aos representantes dos frigoríficos uma proposta para minimizar os impactos da crise que atinge o setor.
Participaram do encontro a adjunta de Trabalho e Emprego Ivone Rosset, o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo), Josenino Borges, os representantes do Grupo Minerva Roberto de Almeida e José Roberto Affonso, o presidente do Conselho de Relações de Trabalho da Fiemt, Paulo Bresser, acompanhado de Suleima Barros, e Keila Cunha, do Jurídico da Fiemt.
A proposta inclui parceria com a Setas para intermediação de mão de obra com o objetivo de reduzir o desemprego formal, contribuindo para que os postos de trabalho vagos não sejam extintos ou que não ocorra a agregação de ocupações por dificuldades no preenchimento das vagas.
Também foi proposta a participação efetiva da Setas para agilizar o Seguro-Desemprego e auxiliar o trabalhador na busca de um novo posto, promovendo para tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.
Outra proposta apresentada ao setor foi o auxílio aos frigoríficos, por meio de orientação, para a utilização do recurso Bolsa de Qualificação Profissional (BQP) e também do Programa de Proteção do Emprego (PPE), uma bolsa qualificação, conhecido como layoff (ficar em casa, seja por férias coletivas, folgas, semanas reduzidas).
O diretor do Minerva Foods, Roberto Almeida lamentou que o grupo tenha chegado ao ponto de fechar uma planta em Mato Grosso, o que também ocorreu em outros estados, mas não descartou a retomada da unidade. “Não temos previsão para agora, mas caso o quadro econômico melhore podemos, sim, reativar a unidade fechada e reabrir as contratações. Se isso ocorrer, vamos buscar o apoio da Setas para fazer toda a intermediação”.
Josenino Borges, secretário executivo do Sindifrigo, colocou a entidade à disposição da Setas para discutir, dentro da câmara técnica, meios de enfrentar a crise econômica nacional. “Já tivermos uma reunião com o governador Pedro Taques, quando o sindicato acenou positivamente para uma parceria e hoje reafirmamos este interesse”, frisou.
Paulo Bresser, presidente do Conselho de Relações de Trabalho da Fiemt, destacou a importância da proposta apresentada pela Setas ao setor de frigoríficos. “Este é o momento de darmos as mãos, de caminharmos juntos, aproveitando que o estado está mais presente”, ponderou.
O secretário Valdiney de Arruda também defendeu o diálogo social como a principal alternativa para momentos de crise. “O governo está promovendo a discussão entre trabalhadores e empregadores e participando deste processo. Não se constrói a superação de uma crise se não houver à frente o diálogo”, destacou, lembrando que já promoveu pelo menos três reuniões com representantes dos trabalhadores do setor de frigoríficos, da construção civil leve e pesada e de metais para estreitar esse diálogo por meio de câmaras técnicas.