Revendas de gás de cozinha (GLP) estão tendo dificuldades com o abastecimento do produto nos últimos 30 dias. A situação, detectada por alguns comerciantes em Mato Grosso, também é constatada em outros estados brasileiros. Não há falta do produto, mas algumas distribuidoras alertaram os clientes sobre o risco de desabastecimento. As empresas de distribuição acionadas pela reportagem não quiseram comentar o assunto. Caso o cenário se prolongue poderá haver uma majoração momentânea dos preços ao consumidor, alerta a Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR).
Em Cuiabá, o preço médio do botijão de 13 kg é de R$ 70,91. De acordo com a entidade, a dificuldade de abastecimento nas revendas de São Paulo, Bahia e Minas Gerais tornou-se rotineira, afirma o presidente Alexandre Borjaili. Conforme ele, os revendedores informam que os pedidos de compra nas distribuidoras, quando atendidos, chegam com apenas 50% da carga. Outras informam que ficam sem o insumo por horas, situação até então rara no setor, segundo Borjaili.
O presidente da Asmirg acrescenta que surgem informações não oficiais de que a Petrobras está sem gás devido a uma possível contaminação do produto numa refinaria do Sul do Brasil. Em Mato Grosso, os atrasos para garantir o fornecimento do insumo é notado pelo revendedor Humberto Botura, que mantém operações na Grande Cuiabá e no interior do Estado. “Há uma demora, mas não sabemos ao certo o motivo”.
Quando surgem justificativas, elas estão associadas a problemas pontuais, geralmente relacionados à logística. Ele acrescenta que algumas engarrafadoras possuem cotas (para suprimento) mensais e, por isso, quando aumenta o consumo, podem enfrentar dificuldades para atender a elevação da demanda. “O consumo aumentou em torno de 1,8% no 1º semestre deste ano, em relação ao 2º semestre de 2015”.
Ainda sobre o suprimento do GLP, circulam rumores no mercado local de que duas distribuidoras ficaram sem o insumo este mês. “Desconheço a situação. Para nós, o abastecimento está normal, mas vou consultar a possibilidade (de faltar o produto)”, diz o funcionário de uma revenda em Cuiabá e que não quis se identificar. Para abastecer Mato Grosso, o GLP vem de Paulínia (SP) e Araucária (PR). Procurada, a Petrobras não retornou até o fechamento desta edição.