A situação dos produtores de arroz de Mato Grosso é extremamente preocupante. A avaliação é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira. “A área de arroz deve reduzir 50% em relação ao que foi plantado no ano passado. Então, se cria um ambiente de instabilidade, o produtor que financiou e fez investimentos pensando em ter uma área estável de plantio, por conta de uma questão de mercado ou falta de política agrícola ele se vê obrigado a ter sua área plantado no outro ano”, disse ele.
Homero lamentou a problemática do arroz, exaltando que Sinop está criando um núcleo de arroz e a região será uma das mais prejudicadas com a redução no plantio da cultura, que já atraiu para o município várias agroindústrias de arroz e terá uma interrupção no ritmo de crescimento que estava havendo. “Acho importante o produtor tirar lições deste contexto e se posicionar de forma diferente no mercado, para que possa continuar produzindo, porque essa é a nossa vocação. A tendência nossa é continuar produzindo alimentos, mas precisamos nos adaptar a essa nova realidade, sabendo que não podemos contar muito com o governo, com política pública em cima de culturas como essa e trabalharmos mais com as regras de mercado”, frisou.
Sobre o fato da orizicultura do Rio Grande do Sul ser olhada com mais atenção pelo governo federal também desagrada Homero. “O governo alega que eles não conseguem fazer outra atividade e nós aqui podemos. Mas acho que é um equívoco. Se tem espaço para produzir lá, aqui também temos. Até do ponto estratégico, acredito que o país tinha que manter duas regiões bem produtoras porque se der algum problema em uma, tem como socorrer na outra. Mas o Brasil não tem visão estratégica, não tem política agrícola a longo prazo”, criticou.