Denúncias de abuso por parte do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e a morosidade na Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema) podem resultar em um dia de mobilização envolvendo o setor de base florestal em todo o Nortão. A proposta está sendo discutida entre prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal do Vale do Teles Pires – Alta Floresta, Paranaíta, Carlinda, Apiacás, Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes – e também mobilizaria outros setores.
Segundo o presidente do Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), Lindomar Elias Dela Justina, a definição deve sair da reunião marcada para o próximo dia 3, entre os prefeitos e entidades. Recentemente, o prefeito de Paranaíta, Pedro Alcântara, criticou a ação de fiscais do Ibama que teriam apreendido uma carga de madeira cujo motorista portava a documentação necessária. “Há denúncias de que a fiscalização, por parte do Ibama, passa do limites”, acrescentou Justina.
O setor também aguarda os resultados da CPI da Sema, instalada pela Assembléia Legislativa, que visa apurar possíveis irregularidades na secretaria e quais os entraves para a demora na liberação de projetos de manejo para as madeireiras retirarem toras. “Esperamos que tenha resultados positivos. Porque já estavam criando dificuldades para vender facilidades”, criticou Lindomar ao lembrar que alguns funcionários da Sema estariam evitando assinar projetos com receio de retaliação.
Recentemente, a Polícia Civil desmantelou um esquema de fraudes na liberação de planos de manejo e na comercialização da madeira, que teria tido a participação de engenheiros florestais e servidores da própria Sema. Alguns chegaram a ser presos. Após a operação da Polícia Civil, denominada ‘Guilhotina’, 95 indústrias tiveram os cadastros bloqueados pela Sema e foram lacradas, até que sejam concluídas as investigações. Cerca de 40 das 75 pessoas com mandados de prisão foram presas e, praticamente, todos liberados. Ainda falta pegar acusados de fraudar planos de manejo e vender documentos falsos para “esquentar” extração de madeira.