Folga prolongada e o churrasco em família e amigos terá um custo menor. Isso é possível porque o preço da carne bovina começa a recuar no varejo em relação ao mês passado. A constatação é dos pesquisadores do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), com base em pesquisa semanal de preços realizada em estabelecimentos comerciais de Cuiabá. Ao fim da 2ª semana de novembro foi identificada redução de até 22% no preço médio dos cortes bovinos, em relação ao mesmo intervalo de outubro.
Os recuos mais acentuados foram no contrafilé (-22%), acém (-17,69%), músculo (-17,15%), patinho (-14,40%), paleta (-12,68%) e coxão duro (-11,67%). Os preços baixaram, em média, 9,94% no período. Já sobre novembro de 2014, a queda é de apenas 0,91% no preço médio. No atacado, a cotação da carne bovina se mantém elevada, com variação de 1,48% na 2ª semana de novembro para os cortes de traseiro com osso. Os cortes de dianteiro subiram 1,14%.
De acordo com o gerente de projetos da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Fábio Silva, a migração do consumo da carne bovina para outras opções como a suína e a de frango, contribuiu para essa redução sazonal nos preços dos cortes bovinos no varejo. Contudo, com o aumento na procura pelas carnes suína e de frango, essas duas também ficaram mais caras. Segundo o Imea, de setembro para outubro deste ano, a carne bovina encareceu 2%, a suína subiu 5% e a carne de frango 6% no varejo.
Com isso, a saída para o consumidor foi reduzir a procura e isso pressionou os preços para baixo, prossegue Silva. Ele faz outra análise: com a aproximação das festas de fim de ano aumento do poder de compra decorrente do 13º salário e restituição do Imposto de Renda, o consumo volta a crescer. “Isso vai influenciar novamente os preços, que poderão voltar ao patamar de outubro, já que a oferta (de carne) ao atacado e varejo continuará restrita até 2017”.
Para a consumidora Thainá Garcia Lima, 19, os preços continuam elevados. “Sempre compro coxão duro, inclusive comprei a R$ 16,98 o quilo ontem, mesmo preço das últimas semanas”. Proprietário de restaurante em Cuiabá, Carlos Abiko diz que compra no atacado e que o movimento nos preços foi de alta. “O contrafilé subiu de R$ 18/kg para R$ 22/kg e a picanha que custava R$ 38/kg subiu para R$ 42/kg. Com isso, vou aumentar o valor da refeição em dezembro. O último reajuste foi em julho”.