Com o reajuste de 9,8% repassado por todos os elos da cadeia de comercialização do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o preço ao consumidor final tem acréscimo de R$ 5 no botijão de 13 quilos desde a última terça-feira (21). O produto, indispensável nos lares brasileiros, chega a ser vendido por até R$ 95 em Mato Grosso. A cotação mais elevada é observada em Alta Floresta, a 803 km ao Norte de Cuiabá. Na Capital e em Várzea Grande, os valores variam entre o mínimo de R$ 80 e o máximo de R$ 88, incorporada a majoração de R$ 5 por botijão sobre os preços médios apurados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A Petrobras anunciou, no dia 17 deste mês, que o reajuste médio de 9,8% no valor do botijão de 13 quilos do GLP nas refinarias impactaria para o consumidor final em R$ 1,76 por botijão ou 3,1%, “se mantidas as margens de distribuição, de revenda e as alíquotas de impostos”. Mas, a projeção da estatal petrolífera não se concretizou e o peso no orçamento das famílias será maior.
O cálculo da Petrobras é contestado pelo presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre José Borjaili. “As informações de nossas revendas apontam um aumento por parte de suas companhias próximo a 8,5% no preço de compra da revenda, que certamente pode gerar um aumento médio de R$ 5 (por botijão), dependendo dos custos das revendas, da sua localização, da marca com a qual trabalha, da forma de venda ao consumidor, da venda na portaria da revenda ou entrega na residência do consumidor”, comenta.
Ele declara ainda que a associação encaminhará um ofício à presidência da República, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Ministério Público Federal (MF) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) solicitando informações sobre ativos da estatal e o reajuste de preços para cobrir o “rombo” na Petrobras.
Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás (Sinergás) em Mato Grosso, Humberto Botura, a “matemática” da estatal não corresponde à realidade. “As companhias receberam esse reajuste (9,8%) da Petrobras e estão repassando esse aumento para as revendas. Na ponta, vai chegar com acréscimo entorno de R$ 5 (por botijão) e não R$ 1,76”.
Ele explica que o reajuste vai se sobrepondo da refinaria para as distribuidoras e dessas para as revendas, que por sua vez vende o produto mais caro ao consumidor. Ele critica o repasse do reajuste de 9,8% pelas distribuidoras, que já haviam majorado o insumo em setembro de 2016, na média de R$ 5 por botijão.