Apesar de terem o poder para serem mais vantajosos economicamente, devido a proximidade, os portos da região Norte do país são praticamente inviáveis para os produtores mato-grossenses. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) apontam que os terminais de Itaqui (MA), Itacoatiara (AM) e Santarém (PA) movimentaram apenas 14% do total de grãos. A situação pode ser resumida na falta infraestrutura logística para transportar os grãos da lavoura até lá.
O coordenador do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, aponta inúmeros problemas para os produtores do Estado. De acordo com reportagem do Estadão, um deles seria a limitação da capacidade da hidrovia que leva os grãos até Itacoatiara e Santarém. Outro problema seria enfrentar as péssimas condições de trafegabilidade das BRs-163 e 158, no caso dos caminhões.
A ferrovia Norte-Sul, que opera a partir de Palmas (TO), é uma opção para levar o produto até o porto de Itaqui. O problema está em chegar até a ferrovia. Para isso, é necessário se aventurar pela BR-158 que está em situação critica. Esses portos beneficiariam os produtores já que está mais próxima dos Estados Unidos, da Europa e do Canal do Panamá (passagem para as cargas rumo a China).
Ferreira aponta que a rota principal de escoamento de grãos dos produtores do Norte de Mato Grosso, a BR-163, também não é das melhores. Segundo ele, há vários pontos problemáticos como atravessar um trecho de 28 quilômetros em Cuiabá, que pode demorar mais de três horas.
Sem contar com os vários buracos que existem ao longo da rodovia entre Sinop a Cuiabá. Essas condições são constantemente apontadas como possíveis causas de acidentes, inclusive, fatais.
As principais rotas de escoamento dos grãos produzidos em Mato Grosso vão para os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).