O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, disse nesta quinta-feira em Nova York que a política da empresa em relação aos preços da gasolina é de acompanhar a média de preço anual dos derivados de petróleo em relação ao mercado internacional.
Questionado sobre a possibilidade de a Petrobras não aumentar o preço da gasolina até o final do ano, como prevê a ata do Copom publicada na quarta-feira, Azevedo disse que ” o Copom está anunciando a expectativa deles. O Banco Central é o Banco Central, a Petrobras é a Petrobras”.
Azevedo se recusou a dizer se a Petrobras planeja um aumento do preço da gasolina em função da recente escalada do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Mas ele argumentou que o último aumento da gasolina aconteceu há quase um ano, em novembro de 2004, quando o preço do barril estava na casa dos US$ 40.
“Hoje, o preço de realização (de venda) da Petrobras está em US$ 55, mas devemos levar em conta que, ao longo deste ano, o dólar caiu cerca de 25% em relação ao real”, disse. A valorização do real diminui o impacto da subida dos preços no mercado internacional.
O presidente da Petrobras visitou Nova York para apresentar o plano de negociações da empresa para o período 2006/2010 aos investidores internacionais.
De acordo com as estimativas da empresa, o preço do barril de petróleo deve cair no período.
Segundo Almir Guilherme Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, para 2006 a empresa estima uma média de US$ 45 para o preço do barril, que cairia ainda mais para US$ 30 em 2007 e para US$ 25 em 2008 e 2010.
“Estamos sendo conservadores a esse respeito”, comentou Barbassa. Falando sobre as estimativas, Azevedo disse que os problemas atuais do mercado americano, principalmente na capacidade de refino, têm impactado significativamente o preço do petróleo.
A última vez que os americanos investiram em refinarias foi na década de 60. “De agora em diante, esperamos que os investimentos feitos em extração e refino por grandes consumidores internacionais como os Estados Unidos e a China entrem em maturação, o que deve acontecer entre 3 e 4 anos.”
Alem disso, Azevedo disse que o aumento no preço do petróleo deriva também de um fenômento financeiro de alta liquidez mundial e juros baixos. “Isto tem afetado o mercado futuro tornando os preços mais voláteis.”
Azevedo também falou sobre a possibilidade de a crise política se fazer sentir sobre a empresa.
“De fato, vivemos uma situação de crise real e, se ela continuar, vai impactar (negativamente) todas as empresas, inclusive a Petrobras”, reconheceu.