Cinco dos maiores especialistas em geologia do país realizam, nesta semana, em Mato Grosso estudo para classificação dos solos. Esta é a segunda etapa dos trabalhos para auxiliar no estabelecimento de diretrizes e restrições que contribuam para um desenvolvimento sustentável. Desta segunda-feira ao domingo (5), os pesquisadores realizam visita técnica em Campo Novo dos Parecis, Sapezal, Comodoro, Juína, Juara e Sinop. “Vai proporcionar também que novas tecnologias sejam desenvolvidas em acordo com a determinada área, aumentando a produtividade e conservação do solo. Orientando, assim, onde aplicar tal tecnologia, com praticidade”, analisou o secretário-adjunto da Seplan, Arnaldo Alves de Souza Neto.
O técnico da Secretaria de Planejamento, agrônomo João Benedito Pereira Leite, explica que, nestes municípios, com solos com diferentes características, os especialistas realizarão a coleta de amostras para análises física, química e mineralógica. As amostras serão analisadas pelo laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos do Rio de Janeiro. A previsão é que no máximo até julho, o Estado tenha todo o resultado da classificação.
As pesquisas iniciaram no ano passado, como complemento aos trabalhos de elaboração do Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado (ZSEE), para detalhar melhor os tipos de solos e, assim, contribuir com indicações de uso adequado. Como lembrou o professor sênior da Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE) e maior especialista na área de solos do Brasil, Paulo Klinger Tito Jacomine, uma contaminação do lençol freático no Estado atingiria todo o país.
“A agricultura pode ser feito de maneira sustentável, sem contaminar o solo e os lençóis freáticos”, completou professor doutor Paulo Jacomine, destacando a necessidade de desenvolver esse trabalho detalhado de forma a especificar todos os problemas que existem.
Ao todo, entre a primeira visita e a segunda, nesta semana, são coletadas amostras de solos de 25 municípios. Nas primeiras observações, revelou o técnico da Seplan, já se observam que o Estado compreende um grupo de áreas com uma mineralogia que diferenciam entre elas, principalmente em termos físicos. O especialista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de Goiás (IBGE-GO), professor doutor Virlei Álvaro de Oliveira, contou que algumas regiões do Estado já apresentam problemas ambientais bastante acentuados.
Conforme Virlei, no baixo Planalto dos Parecis, na região de Alto Taquari, na cabeceira do Jauru e também no Araguaia e Poconé com desmatamento acentuado e de cabeceiras. O especialista de Goiás argumentou, sobretudo, não serem problemas recentes. “As pessoas entraram em áreas, formaram fazendas, mas não se sabe que atividade específica”, considerou.
Completa o grupo de renomados pesquisadores ainda João Herbert Moreira Viana (da Embrapa – Milho e Sorgo de Minas Gerais), Eduardo Guimarães Couto (Universidade Federal de Mato Grosso), e Guilherme Kangussu Donagemma (da Embrapa Solos do Rio de Janeiro).