A taxa básica de juros, a Selic, usada pelo Banco Central para ajudar a controlar a inflação, deve chegar ao final do próximo ano em 14%, na avaliação de analistas de mercado consultados pelo Banco Central. A projeção anterior era de que a Selic fechasse 2009 em 13,75%.
Para este ano, no entanto, os analistas mantiveram a projeção de 14,25%. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, elaborada com base em consulta a analistas de mercado sobre os principais indicadores da economia.
Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic de 12,25% ao para 13%. Mesmo com o aumento da taxa, os analistas não esperam que a inflação convirja para meta.
Segundo o boletim, a projeção para a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,53% para 6,58% neste ano, na 18ª alta consecutiva e acima do limite superior da meta para o ano de 6,5%.
O centro da meta é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com relação ao crescimento da economia, os analistas mantiveram a expectativa de 4,80%. Em 2009, entretanto, houve redução para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 4% para 3,90%.
Para o crescimento da produção industrial, em 2008, a estimativa caiu de 5,45% para 5,38%, mas foi mantida em 4,50% para o próximo ano. A projeção para a relação entre Dívida Líquida do Setor Público e PIB permaneceu em 40,50%, em 2008, mas foi alterada de 39,60% para 39,20%.
A estimativa para o déficit em conta corrente (todas as transações do Brasil com o exterior) foi mantida em US$ 24 bilhões neste ano, e alterada de US$ 31,40 bilhões para US$ 31,50 bilhões em 2009.
No caso do saldo da balança comercial (exportações menos importações), a projeção passou de US$ 22,67 bilhões para US$ 22,78 bilhões. Para 2009, permaneceu a estimativa de US$ 15 bilhões de superávit comercial. A previsão para o taxa de câmbio ao final de 2008 está mantida em R$ 1,63. Para 2009, foi alterada de R$ 1,74 para R$ 1,75.
Os analistas esperam que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no país neste ano chegue a US$ 34 bilhões, contra a previsão anterior de US$ 33 bilhões. Para 2009, a projeção de IED é de US$ 30 bilhões, a mesma da semana anterior.