Os pesquisadores da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural, Eliane Maria Forte Daltro, David da Silva e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) vão desenvolver um projeto de pesquisa sobre os estudos de sementes, mudas e comportamento silviculturais de espécies florestais com potencial madeireiro, nos municípios de Sinop e Juína. O projeto é financiado pelo MT Floresta e Empaer no valor de R$ 1,3 milhão, para os próximos quatro anos. Serão estudadas 20 espécies nativas com potencial madeireiro.
A pesquisadora Eliane explica que o projeto propõe estudar a fenologia reprodutiva, qualidade fisiológica, potencial de armazenamento das sementes, formação, qualidade das mudas e avaliações silviculturais das espécies. Os pesquisadores pretendem obter informações desde a fase de formação da semente até o corte final da madeira. Durante quatro anos de pesquisa vão fornecer padrões da planta que até então, é desconhecido.
David Silva comenta que estão entre os pioneiros na pesquisa florestal para tecnologia de semente e qualidade fisiológica de mudas de espécies nativas com potencial madeireiro. O trabalho vai pesquisar algumas espécies nativas como: amescla, tatajuba, cedro, mogno, cerejeira, freijó e outras. “Vamos gerar informações silviculturais para os empresários investirem nas espécies que tenham informações técnicas nas condições edafoclimáticas do Estado”, ressalta.
Teca e eucalipto são consideradas plantas exóticas e bastante cultivadas pelos produtores e empresas. Segundo David, essas plantas já possuem um padrão e tem um comportamento definido. Com as mudas nativas os pesquisadores pretendem definir o padrão das espécies. Ele acredita que esse projeto pode levar de 30 a 40 anos, para apresentar todos os resultados esperados das espécies. “Também é uma preocupação ambiental, e acredito que a Empaer tende a contribuir com soluções de problemas futuros com o meio ambiente”, relata.
O projeto vai colaborar com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e madeireiros fornecendo padrões tais como: altura da planta, diâmetro do colo, capacidade de enraizamento e outros. “Esse estudo vem ao encontro das ansiedades do setor madeireiro, no momento em que as atenções mundiais se voltam para a conservação da biodiversidade, viabilizando formas de exploração sustentável, através de resultados de pesquisa, uma alternativa para corrigir processos de degradação ocasionados nas florestas”, conclui Daltro.