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Pequi é utilizado para reflorestar áreas degradadas no Estado

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Há dez anos, a pesquisadora da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Lozenil Carvalho Frutuoso, e o biólogo João Bosco Pereira, estudam o comportamento de cinco espécies frutíferas do cerrado (pequi, jatobá, cagaita, cumbaru e jenipapo) para serem utilizadas para reflorestamento de áreas degradadas, consumo animal e humano. A unidade demonstrativa foi implantada na Estância 13, localizada na estrada da Ponte de Ferro, em Cuiabá, do proprietário e presidente da Associação de Fruticultura do Estado, Duílio Maiolino Filho, em uma área de um hectare.

A análise dos experimentos tem sido feita desde o plantio, coleta dos frutos no campo e desenvolvimento da planta – altura, espessura do tronco, adubação, avaliação da produtividade e outros. Lozenil ressalta que neste período do ano estão colhendo os frutos do pequi que na língua indígena, significa “casca espinhosa”. Muito utilizado na culinária, o pequizeiro floresce durante os meses de agosto a dezembro. A pesquisadora informa que a maturação do fruto em Mato Grosso é tardia, começando em janeiro e encerrando em março.

Altamente calórico e perfumado com gosto meio adocicado é usado como condimento, rico em vitamina A e C, sua polpa contém uma boa quantidade de óleo comestível. Uma árvore de pequi produz em média dois mil frutos por ano, e começa a produzir no quinto ano, após o plantio. Os experimentos na propriedade do produtor Maiolino já atingiram de 400 a 500 frutos por ano e a produção começou no quarto ano após o plantio. O biólogo Bosco explica que o pequi comercializado no Estado é todo coletado no chão, apresentando frutos maduros e prontos para o consumo.

Conforme Lozenil, as frutíferas nativas foram escolhidas para que pudessem acompanhar seu desenvolvimento, seja na produção de mudas ou de frutos. Ela esclarece que as mudas plantadas na Estância 13 foram produzidas no laboratório da Empaer. A pesquisa que utiliza espécies frutíferas para reflorestamento de áreas degradadas foi aprovada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com recursos do Programa de Desenvolvimento Agro-Ambiental (Prodeagro).

O engenheiro agrônomo da Empaer, Antônio Jesuíno de Oliveira, nesta época do ano, quando os frutos de pequi estão maduros, ele aproveita para produzir conservas da polpa ou do fruto inteiro. Na fazenda Triângulo, no município de Chapada dos Guimarães, às margens do Lago de Manso, (140 km de Cuiabá), propriedade rural do seu irmão, Sebastião Jesuíno de Oliveira, possui pequizeiros nativos que começam a frutificar no início de janeiro até meados de fevereiro.

Antônio Jesuíno explica que faz as conservas para consumo próprio desde o ano de 2000, utilizando água mineral para produção da salmoura. Ele ensina que os principais cuidados com a higiene na manipulação do pequi facilitam a sua conservação. Normalmente uma conserva de pequi dura em média um ano, as 80 conservas que fazem duram em média três anos.

O engenheiro lembra que na fazenda Triângulo os pequizeiros são nativos e que pretende replantar algumas mudas de pequi. “Nossa intenção é fazer uma parceria com o viveiro da Empaer repassando sementes de pequi para produção. Funcionaria mais ou menos assim: quatro mudas produzidas pelo viveiro, uma seria entregue para a fazenda e assim sucessivamente”, destaca Jesuíno.

Utilidades – A semente do pequi é usada como expectorante, as folhas regulam o ciclo menstrual, as castanhas produzem um corante amarelo muito utilizado nos curtumes. O pequi tem também função medicinal e está sendo testado nos efeitos colaterais da quimioterapia.

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