Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceram 3,38% em Mato Grosso, de janeiro a maio. No período, as empresas do Estado contrataram R$ 1,102 bilhão para aplicar nos negócios. Nos primeiros 5 meses do ano passado, o valor foi menor, R$ 1,066 bilhão. Ao contrário do valor liberado, o número de operações caiu este ano, baixando de 5 mil em 2017 para 4,3 mil em 2018, queda de 12,96%.
No acumulado de 5 meses, as operações voltadas aos segmentos de infraestrutura e comércio/serviços foram as que mais cresceram. Infraestrutura (energia elétrica, construção e transporte rodoviário, entre outros) contratou 50,8% a mais em recursos. Foram liberados R$ 253,9 milhões até maio, contra R$ 168,3 milhões no ano passado. O destaque foi o setor de transporte rodoviário que abocanhou 48,8% do total, com crescimento de 190,7% em relação ao mesmo período de 2017 (R$ 123,9 milhões em 2018 contra R$ 42,6 milhões em 2017).
Para o economista Carlos Vitor Timo, os créditos oferecidos do BNDES continuam atrativos, perdendo apenas para o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). “Principalmente, porque o FCO tem o bônus de adimplência, que dá desconto de 15% nos juros quando o cliente paga o financiamento em dia. Isso, por si só, deixa o FCO mais competitivo. Mas, o BNDES tem programas com acesso menos burocrático e hoje, praticamente, todos os bancos oferecem linhas do BNDES e a empresa pode contratar os recursos por meio da agência onde é cliente”.
Além dos empréstimos, o economista pontua que o banco oferece o cartão BNDES, uma alternativa muito utilizada pelas empresas para operações com curto prazo de pagamento. O cartão, foi criado em 2002 e atualmente oferece uma linha de crédito rotativo e pré-aprovado com limite de até R$ 2 milhões por banco emissor, taxa de juros atrativa (1,44% este mês) e pagamento em até 48 prestações mensais fixas. Há também uma versão agro do Cartão BNDES, destinada aos produtores rurais.
O setor agropecuário é o que mais contrata recursos do BNDES em Mato Grosso. Em 2018, foram R$ 719 milhões (em 2,077 mil operações), contra R$ 761,3 milhões de 2017 (em 1,975 mil operações), que representa baixa de 5,56%. Geraldo Benossi, que elabora projetos de financiamento agropecuário em Sinop, comenta que o FCO tem sido mais buscado pelo setor devido à competitividade. “O FCO é um recurso específico para a região e os juros são mais baratos. Alguns tipos de financiamento também têm prazo maior em relação a outros bancos, como o BNDES”.