“Não existe nada de novo na política ambiental. O que aconteceu foi que a Justiça fez com que muitas pessoas que não estavam desempenhando seus papéis direito fossem detidas nesse processo de apuração de corrupção”. A avaliação é do presidente da Fiemt (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) Nereu Pasini, que já comandou o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte – Sindusmad-.
Pasini avaliou, em entrevista ao Só Notícias, os reflexos da Operação Curupira, que resultou na prisão da cúpula do Ibama e Fema e exoneração dos respectivos gerentes. Segundo ele, as medidas que foram tomadas vão servir para moralisar a situação do Ibama em Mato Grosso. “É claro que nós estamos preocupados com a situação das indústrias madeireiras. Estamos acompanhando o processo, dando apoio aos empresários sérios, os sindicatos madeireiros, orientando nas medidas que tem que ser tomadas para que essa paralisação seja o mais breve possível”, afirmou.
Segundo Pasini, não é só a suspensão de ATPF (guias usadas para transporte de madeira e liberadas pelo Ibama) por 30 dias que vai prejudicar as empresas mas também a não liberação dos projetos de manejos que “vão gerar consequências desastrosas para o setor no decorrer deste resto de ano e a safra tem que ser feita. Nós estamos apreensivos. Fizemos contato com o governo, com o Ibama, apoiando os empresários e torcendo para que esse momento passe o mais rápido possível”, ressaltou.
O setor madeireiro é a base da economia de diversos municípios mato-grossenses. Se houver falta de ATPFs madeireiras deixarão de cumprir contratos com fornecedores no mercado interno e externo.