As medidas lançadas ontem, pelo Governo Federal, de apoio ao setor agrícola, não resolverão os problemas do setor. Esta foi a posição do presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Picoli. Para ele as medidas darão ‘folga’ aos agricultores pagarem suas dívidas.
“A agricultura encontra-se no maior problema vivido. O endividamento é apenas uma pequena parte do problema”, disse. Entre as medidas do governo está a liberação de R$ 1,2 bilhão para comercialização da safra agrícola e a prorrogação de R$ 7,7 bilhões das dívidas de custeio e investimento a vencer este ano.
“O que precisa é uma política agrícola sustentável, com preços mínimos, para termos certeza de lucratividade, e redução nos custos de produção”, enfatiza. Os juros altos, a falta de logística e a não pavimentação da BR-163, foram alguns dos problemas citados por ele.
“Se não for tomada nenhuma medida, nos próximos dois anos será inviável para os produtores brasileiros, principalmente no Norte de Mato Grosso, fazer a próxima safra”, argumentou. Este já é o segundo ano em que o Governo apresenta pacotes de socorro aos agricultores.
“Sentimos que se o governo não se sensibilizar e fazer a parte dele, nós vamos ser obrigados a retomar manifestos”, concluiu. No mês de junho do ano passado, o setor organizou um manifesto até Brasília – o tratoraço – que reuniu produtores de diversas regiões do país, para reivindicar soluções para a crise no agronegócio. ´
O ministro Roberto Rodrigues informou ontem que o pacote anunciado é destinado a resolver “questões conjunturais que afetam a agricultura”, e que os problemas “estruturais” de longo prazo, serão discutidos no governo em outro momento.