A carne produzida no Nortão começa a ser vendida para a Europa derrubando uma barreira comercial que durou mais de uma década. O primeiro contêiner com 12 toneladas de cortes de traseiro foram embarcados, ontem à tarde, pelo Frigorífico Frialto, de Matupá (200 km de Sinop) com destino a Itália. Os 500 animais abatidos vieram de fazendas habilitadas, ano passado, pela comunidade européia após atender todas as exigências de sanidade e rastreabilidade do rabanho.
O diretor do Frialto, Paulo Bellincanta, disse, ao Só Notícias, que é um momento histórico para a pecuária do Nortão, onde estão 50% do rebanho bovino do Estado. “Vamos atuar, agora, em um mercado muito exigente e que trará melhores resultados para os pecuaristas e a indústria. Este primeiro embarque para a Europa nos proporcionou pagar aos pecuaristas 14% a mais que o valor da arroba normal, vendida no mercado interno. Isto é fruto do bom mercado que é a Europa”, avaliou Bellincanta. “Mostra que o pecuarista tem uma opção nova e deve fazer cada vez mais rastreamento dos animais, investir em qualidade porque o retorno vai ser maior”, emendou.
A arroba no mercado interno vale R$ 68. A embarcada ontem para a Itália é R$ 78. “Se o dólar aumentar nossa rentabilidade também melhora. A crise externa de crédito ainda tem gerado reflexos sobre as exportações devido ao câmbio”, disse o empresário. Mas ele aconselhou os fazendeiros da região a atender o quanto antes as exigências internacionais, investirem em rastreabilidade para que sua produção seja vendida nos países europeus.
O Frialto em Matupá tem 950 funcionários e abate cerca de 800 animais/dia. 25% são exportados. Inicialmente, a diretoira pretende manter a mesma estrutura e não ampliar a geração de empregos. O próximo passo, que será dado em poucas semanas, é iniciar a exportação para a Europa através do Frialto Sinop. A quantidade a ser comercializada ainda não foi definida. “Estamos avançando em busca de um mercado forte. Queremos enaltecer o trabalho de toda nossa equipe, do Ministério da Agricultura, em nome do veterinário Gomes José Monteiro e de todos que nos ajudaram a viabilizar as exportações para a Europa”, concluiu.