O setor produtivo e autoridades de 26 municípios da região iniciam, nesta sexta-feira, o 1º Movimento Pró-Vida dos Municípios do Nortão. A mobilização será em Itaúba (100 km de Sinop), a partir das 14 horas, com a presença de prefeitos, deputados, vereadores e demais lideranças. A partir daí devem ser marcadas reuniões em Sinop e um manifesto em Cuiabá.
O movimento apoia a implantação da CPI da Sema (Secretaria do Estado de Meio Ambiente), pela Assembléia Legislativa, e vai cobrar medidas urgentes do Governo do Estado para que o setor possa trabalhar. A falta de estrutura e de servidores na secretaria, que assumiu no ano passado a gestão florestal em Mato Grosso, acarreta na morosidade na liberação de projetos de manejo para que as indústrias possam retirar matéria-prima. Dados da própria Sema apontam que 88% dos planos requeridos têm pendências. Este ano, cerca de 250 já foram emitidos.
A iniciativa é da Câmara de Itaúba e tem apoio do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad). “Temos que encontrar saídas. Quem sempre tá errado é o madeireiro”, criticou o vereador Valdir Matias, o Barbeirinho.
Outra critica é em relação as constantes operações que penalizam o setor pelos crimes ambientais. Recentemente, 40 foram presos, entre empresários, engenheiros e servidores públicos, na Operação Guilhotina, acusados de envolvimento em um esquema de fraudes na comercialização de madeira. O envolvimento de servidores da própria Sema no esquema e os motivos para a morosidade para despachar os projetos de manejo florestal serão levantados pela CPI, aprovada ontem pelos deputados.
O Governo do Estado ainda não se pronunciou sobre quais as medidas que deve tomar para amenizar a ‘crise’ no setor, mas não se posicionou contra a criação da CPI.
O segmento madeireiro é base da economia de muitos municípios do Nortão. Em todo o Estado, até maio, movimentou US$ 87,3 milhões no mercado exterior, sendo o terceiro produto mais comercializado.