Mato Grosso possui 346,544 mil pessoas com restrição de crédito no comércio varejista. A quantidade anotações de débito de Cadastro de Pessoa Física (CPF) e Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) que é barrada pelos comerciantes para compras parceladas ou pré-datadas chega a este montante nos últimos cinco anos até junho. Na comparação com os números referentes ao mesmo período, porém no ano de 2007, quando haviam 303,441 mil pessoas com pendências em bancos de dados, há incremento de 14,2% de um ano para outro.
Já o montante devido por estes milhares de consumidores atinge R$ 175,158 milhões este ano contra R$ 125,940 milhões verificados no mesmo período do ano passado, uma alta de 39% ou R$ 49,218 milhões a mais no bolo que os comerciantes do Estado têm a receber por compras efetuadas e não pagas pelos clientes. Os dados são do Sistema e Informação de Apoio à Concessão de Crédito (Crediconsult) da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat).
A elevação na cifra e no número de pessoas com restrição no Estado é motivada pelo fato de que as pessoas, por algum motivo, deixaram de quitar suas contas por algum desequilíbrio financeiro, gerando altos índices de inadimplência por parte dos lojistas de vários segmentos, confecções, calçados, farmácias, supermercadistas, atacadistas, distribuidores e muitos outros. Contudo, o superintendente da Facmat, Manuel Gomes, afirma que o crescimento na inadimplência é consequência, principalmente, do maior uso de banco de dados por parte dos empresários do comércio associados à federação.
Ele diz que o comerciante está consultando mais os sistemas antes de conceder o crédito aos consumidores no intuito de reduzir a possibilidade de inadimplência. Além da maior utilização dos sistemas de crédito antes de fechar uma venda, Gomes acrescenta que, os empresários estão incluindo mais as pessoas nos bancos de dados, na tentativa de as pessoas de recuperar o capita devido. “Os comerciantes tentam de todas as formas resgatar o valor devido à seus caixas e uma delas está sendo a restrição de quem está inadimplente”, diz ao afirmar que a utilização do sistema oferece uma média de recuperação da inadimplência em torno de 39%, incluindo cheques e títulos como boletos bancários, trazendo capital de giro para os negócios, que muitas vezes não se tinha chance de receber.
Na avaliação do superintendente, o uso de banco de dados gera tranquilidade para o comerciante na concessão do crédito, mas ressalta que cada caso é único e que sempre vai passar por uma análise do departamento financeiro de cada estabelecimentos.