Mato Grosso intensifica programa de governo para ampliar a cadeia produtiva do biodiesel, uma alternativa aos combustíveis derivado do petróleo, para produzir energia renovável sem agredir o meio ambiente. A partir de segunda-feira, uma comitiva do governo participa, no Pará e Amazonas, de uma série de encontros que visam troca de experiências para produzir matérias-primas, entre as quais o dendê, em solo mato-grossense, ampliando, assim, o leque de opções para gerar biodiesel.
Secretários e presidentes de empresas de extensão rural dos três Estados vão discutir, entre outros assuntos, o combustível produzido a partir de óleos vegetais extraídos de diversas matérias-primas. Com perspectivas otimistas no mercado mundial, o dendê produzido na região Norte se apresenta como a nova vedete para produção de biodiesel. Motivo: dentre as oleaginosa é a que mais produz óleo por área plantada.
De acordo especialistas em biocombustíveis, o dendezeiro, planta originária da África, foi trazida ao Brasil pelos escravos e introduzida no país no período colonial. As sementes foram plantadas no recôncavo baiano onde encontrou as condições de solo e clima para seu desenvolvimento. Durante séculos foi plantado apenas para atender às necessidades da culinária regional.
Para se ter uma idéia, conforme o Anuário do Biodiesel, um hectare de dendê pode produzir de 20 até 30 toneladas de cachos. O dendenzeiro é a oleaginosa de maior produtividade conhecida, além de ser o óleo mais consumido no mundo. “Por esse e outros motivos o cultivo da palma constitui uma alternativa viável e rentável para a recuperação de áreas alteradas, além de ser uma cultura extremamente versátil, sendo dela aproveitado os óleos da semente (óleo de palma) e do mesocarpo (óleo de palmiste), os cachos e os resíduos do processo de extração de óleo (glicerina), entre outros usos”, consta o anuário.