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Messi “do Barcelona” leva tri da Bola de Ouro e confirma hegemonia

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Pela primeira vez, o prêmio oferecido pela Fifa ao melhor jogador do ano fica três vezes seguidas nas mãos do mesmo dono. O responsável pelo feito é o argentino Lionel Messi, que nesta segunda-feira levou a melhor sobre o português Cristiano Ronaldo e o espanhol Xavi para ganhar a Bola de Ouro em evento realizado no Kongresshaus, em Zurique, na Suíça.

“É um grande prazer conseguir essa honra imensa pela terceira vez. Queria compartilhar com as pessoas que me ajudaram, meus companheiros jogadores, meu técnico, meus amigos tanto do Barcelona quanto da seleção argentina, não teria conseguido sem vocês. Se não fosse esses jogadores eu não teria conseguido chegar até os outros dois”, disse Messi, que exaltou seu companheiro de Barcelona Xavi Hernández.

“Gostaria de compartilhar este prêmio com o Xavi. É a quarta vez que estamos juntos nessa emoção. Você merece estar aqui, é um prazer novamente estar contigo nessa premiação. Quero compartilhar este prêmio contigo. Muito obrigado e agora vamos ver se conseguiremos coisas com o Barcelona e a seleção”, afirmou.

Além da hegemonia inédita, Messi iguala Ronaldo e Zidane na premiação realizada desde 1991 com três conquistas. Se considerada a Bola de Ouro oferecida pela revista France Football desde 1956 – os prêmios foram unificados em 2010 -, o argentino se iguala a Michel Platini como tricampeão consecutivo. Porém, na época em que o francês ganhou o prêmio, apenas jogadores europeus participavam.

A conquista de Messi é reflexo de uma temporada quase irretocável com o Barcelona. Campeão espanhol, europeu e mundial, o argentino manteve um nível alto de performance durante todo o ano. Mas somente quando vestia a camisa azul-grená, já que com a seleção argentina o atacante mais uma vez decepcionou com atuações abaixo de sua média e fracassou na Copa América disputada em seu país-natal.

Aos olhos dos votantes – capitães e técnicos de seleções é técnicos -, as arrancadas em toques curtos na bola, sempre em direção ao gol, complementadas com a técnica e calma dos melhores centroavantes, sobressaíram-se em relação à eficiência no passe e capacidade de organização de Xavi e ao vigor físico e à velocidade de Cristiano Ronaldo.

Messi é o brilho final de um time cuja principal característica é manter uma maior posse de bola do que o adversário. É o craque que tem a frieza para se sobressair no momento decisivo. É o camisa 10 que se adaptou às mudanças do futebol e adicionou velocidade e dinamismo ao toque de bola preciso e visão de jogo. É o jogador leve que consegue escapar das pancadas, mas quando as recebe aguenta como se tivesse a estrutura de um touro.

Com apenas 24 anos e atuando em um time que parece com fôlego inesgotável, é natural imaginar uma hegemonia ainda maior do argentino no futebol mundial. Porém, para as comparações já comuns com Pelé e Maradona ganharem credibilidade, Messi precisará repetir o futebol decisivo em uma seleção que acumula decepções nas últimas duas décadas.

Os grandes jogadores da história do futebol ficaram marcados por desempenhos desconcertantes na Copa do Mundo, mesmo os que não chegaram a ganhar o título. A imprevisibilidade de Pelé nos Mundiais de 1958 e 1970, os dribles humilhantes de Garrincha em 1962, a intensidade de Johann Cruyff em 1974, a picardia de Maradona em 1986, o poder de decisão de Zidane em 1998… Messi até agora não passou de uma quartas de final e está longe de ter uma partida ou até mesmo lance memorável em uma Copa.

Mesmo em um futebol em que os campeonatos de clubes têm uma importância crescente, a performance com as cores do país, principalmente em um Mundial, nunca poderá ser menosprezada. O desafio de Messi é conquistar os argentinos assim como conquistou os torcedores azul-grená, independente da fase decadente e da falta de bons coadjuvantes em sua pátria. Caso contrário, sua hegemonia inquestionável neste período do futebol sempre será acompanhada de um porém.

 

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