A multinacional americana Archer Daniels Midland Company (ADM) vai construir uma fábrica para produção de biodiesel em Rondonópolis à base de soja. O empreendimento terá capacidade anual de 180.000 toneladas métricas – o equivalente a 180 mil toneladas – e gerar mais de 100 empregos diretos. O investimento será US$ 30 milhões, com previsão para entrar em operação no final do primeiro semestre de 2007. Será a maior fábrica do mundo na produção de biocombustível, superando a unidade da ADM localizada em Hamburgo, na Alemanha.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27.07) pela direção da empresa, que é líder mundial em processamento agrícola e tecnologia de fermentação, e pela Prefeitura de Rondonópolis. A fábrica será o primeiro empreendimento da ADM na área de biodiesel no Brasil.
Conforme o projeto, a fábrica usará óleo de soja como matéria-prima e estará competitivamente posicionada para atender à demanda de biodiesel dos produtores rurais e dos setores ligados ao transporte rodoviário e ferroviário. “A ADM é líder na produção de biodiesel na Europa, e se sente orgulhosa em ter a oportunidade de compartilhar sua experiência na produção deste biocombustível no Brasil, sendo um complemento para os nossos negócios no País”, afirmou Matt Jansen, presidente de Operações para a América do Sul, por meio de sua assessoria de imprensa.
O Estado não só estimulou a vinda do empreendimento, como parabenizou a iniciativa da multinacional que já opera em Mato Grosso. “O Estado de Mato Grosso reconhece a importância de combustíveis renováveis, e estamos felizes que a ADM, líder mundial em biocombustíveis, tenha escolhido nosso Estado para construir a sua primeira fábrica de biodiesel no Brasil”, disse o governador Blairo Maggi. “Esta fábrica contribuirá significativamente para a redução dos custos de produção agrícola, bem como para o desenvolvimento econômico e socioambiental, não só para os mato-grossenses, como também para todos os brasileiros”.
Graças aos esforços dos governos estadual e municipal, o novo empreendimento será integrado à unidade de esmagamento de soja da ADM já existente, informou Matt Jansen, para quem este projeto antecipa o aumento da demanda, que será gerada pela obrigatoriedade da adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel, a partir de 2008, e 5%, a partir de 2013. “Sem dúvida nenhuma é um projeto importante para o Estado, em razão da produção de soja e, conseqüentemente, de óleo, para atrair investimentos na produção de biodiesel e a agricultura ganha com a produção deste biocombustível”, disse o secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato.
Meio ambient
Atualmente, o Estado de Mato Grosso consome 2,7 bilhões de litros de combustível por ano. Desse total, 2 bilhões são gastos somente na atividade agrícola. Com a produção de biodiesel, os produtores vão adquirir um combutsível mais barato e menos poluente. O biodiesel é produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais e é apontado como uma alternativa ao óleo diesel, produto derivado do petróleo. Por ser um combustível que não polui o meio ambiente e como fonte de energia renovável, é tido como uma solução de problemas ambientais, como o efeito estufa e a poluição das grandes cidades.
Por entender a importância deste tipo de investimento, o prefeito de Rondonópolis Adilton Sachetti, e o secretário de Desenvolvimento Econômico e meio-ambiente, Elio Rasia, viabilizaram a vinda da fábrica para o Município. “É um investimento importante para Rondonópolis”, disse Rasia.
A empresa
A ADM é um dos maiores processadores mundiais de soja, milho, trigo e cacau. A ADM também é líder na produção de óleo e farelo de soja, etanol, adoçantes e farinha de milho. Além disso, produz ingredientes para alimentos e para a nutrição animal, com valor agregado. Com sede em Decatur, Illinois, a empresa tem mais de 25.000 funcionários, mais de 250 plantas de processamento e vendas líquidas de US$ 35,9 bilhões no ano fiscal findo em 30 de junho de 2005.