quinta-feira, 12/dezembro/2024
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Mato Grosso é atingido parcialmente com embargo na carne devido aftosa no MS

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O embargo a carne brasileira por causa do foco de febre aftosa no município sul-mato-grossense de Eldorado já começou, mas Mato Grosso só foi atingido de forma parcial. Na terça-feira, o Governo brasileiro recebeu quatro notificações cancelando temporariamente os negócios. Os 15 países da União Européia suspenderam a importação de carne de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. A Inglaterra não comprará carne que saia de Mato Grosso do Sul e Paraná. Israel e África do Sul embargaram o produto proveniente de qualquer parte do território brasileiro.

Apesar dos embargos, o presidente do Fórum Nacional dos Órgãos de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Altino Rodrigues Neto, informou que o governo considera as medidas sanitárias adotadas até o momento suficientes para evitar que a doença se espalhe a outros rebanhos. Foram sacrificadas quase 600 cabeças de gado da fazenda onde foi detectado o foco. E está impedido o trânsito de animais e produtos que saiam de Eldorado e de outros quatro municípios vizinhos.

Na região, técnicos do estado e do ministério da Agricultura fazem exames laboratoriais para detectar se o vírus que atingiu o rebanho da fazenda Vezozzo é uma variante do tipo “O”. Eles também investigam o motivo do surgimento do foco, mesmo depois da vacinação do gado de todo o estado na campanha de maio.

Em reunião no ministério da Agricultura com representantes dos estados que fazem divisa com Mato Grosso do Sul, ficou decidido hoje (11) que uma missão brasileira irá à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) para mostrar que o problema só atinge o estado. Isto porque a OIE suspendeu a resolução que aponta Mato Grosso do Sul como livre da doença. A medida atingiu outros estados também considerados livres de aftosa: Bahia, Tocantins, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Segundo o presidente do Fonesa, o Brasil quer mostrar que é capaz de controlar o problema e que não foi omisso ao comunicar a existência do foco. “É muito importante sabermos que em um país livre de doença não é proibido ter doença, é proibido ser omisso na tomada de decisão. Tudo está sendo tratado como a máxima transparência”, disse.

O governo decidiu também realizar nova reunião na sexta-feira (14), desta vez com os secretários dos estados que estão na zona livre de febre aftosa, a fim de uniformizar as ações de defesa sanitária. Os estados são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Tocantins, Acre, Rondônia e o Distrito Federal.

A febre aftosa é provocada por um vírus. No Brasil, ocorrem três variações, os tipos “A”, “C” e “O”. A doença não passa para o homem, mas gera prejuízos aos pecuaristas. No animal, provoca feridas na boca e causa debilidade. Com isso, parte do rebanho atingido morre em poucos dias e os que sobrevivem apresentam acentuada perda de peso.

A gravidade da doença é principalmente de natureza econômica: menor produção de leite e crescimento lento dos animais, vacas mais suscetíveis ao aborto. O vírus passa à saliva e o animal, com a baba, infecta o pasto, alojamentos e estradas por onde passa. Em carcaças congeladas, o vírus resite por meses, principalmente na medula óssea, passando à farinha de ossos e também ao couro.

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