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Mato Grosso deverá produzir 4,6 bilhões de litros de etanol na safra 2022/2023

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Redação Só Notícias (foto: Só Notícias/arquivo)

Mato Grosso está consagrado como um dos grandes fornecedores do etanol brasileiro, com previsões cada vez mais elevadas para a produção. A safra 2022/2023, de acordo com as estimativas calculadas pelo Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool-MT), deverá gerar um total de 4,6 bilhões de litros do combustível, sendo destes, 3,6 bilhões oriundos do milho.

Atualmente, o estado já é o maior produtor de etanol de milho do país e o terceiro no ranking geral, quando somada a produção de cana. Esse número total é oriundo do trabalho integrado das 15 unidades produtivas presentes no estado e, que juntas, produziram em 2021/22 4,07 bilhões de litros de etanol, com uma perspectiva de crescimento de quase 500 milhões de litros para o próximo ciclo.

Esse cenário trouxe uma mudança significativa no perfil econômico da cadeia produtiva local. Ao passo em que a demanda nacional estimulou o investimento das indústrias, que aprimoraram seus processos industriais, aumentando sua produtividade, diversificando seus produtos e agregando valor ao milho, que anteriormente saia do estado para ser industrializado em outro local.

“Percebemos que houve toda uma transformação complexa nas matrizes produtoras, o que evidencia essa mudança no perfil da indústria. E, com isso, a concretização de resultados importantes para o estado, que vão além da agregação econômica ao valor do nosso produto; como a maior geração de empregos, superação na arrecadação de ICMS e muito mais”, destaca Sílvio Rangel, presidente do Sindalcool-MT.

Somente em 2021, o setor produtivo de etanol impactou em mais de 168 mil empregos no estado. Destes, 10.774 foram em vagas diretas, 92.185 em postos indiretos e ainda mais 65.529 em trabalhos nos chamados postos de trabalho induzidos. “A indústria bioenergética mato-grossense tem um impacto muito grande na geração de renda. Fora isso, há de se ressaltar a ampliação de recursos públicos que a cadeia traz”, pontua Silvio.

Um levantamento realizado pelo Sindalcool-MT, que faz parte da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) mostra ainda que o setor de bioenergia estadual está registrando um incremento significativo na movimentação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que são tributos que podem ser reinvestidos pelo Poder Público na própria população. Em 2020, foram mais de R$ 469 milhões de reais.

Já em 2021, houve um crescimento de 77,5% em relação a esse valor, com um total de R$ 833,2 milhões de reais em tributos gerados. “Com a nossa indústria mais forte, conseguimos gerar mais ICMS, que é um tributo importantíssimo quando observado pelo aspecto da sociedade. Esse valor arrecadado pelo Estado, por meio do setor, é investido na construção de escolas, saúde e tanto mais”, frisa Sílvio Rangel.

Para a safra 2022/2023, as expectativas revelam altos números. Na cana de açúcar, a previsão é de uma moagem de 15,7 milhões de toneladas, resultando em 1,02 bilhão de litros de etanol e 473 mil toneladas de açúcar. Já para o milho, são 8,35 milhões de toneladas destinadas para moagem, gerando 3,59 bilhões de litros de etanol e 2,26 milhões de toneladas de DDG, um concentrado proteico de milho utilizado para alimentação animal.

Em comparativo, na safra 2021/2022 foram produzidos 4,07 bilhões de litros de etanol, sendo 3 bilhões de litros referentes à matriz de milho e 1,07 bilhão da cana-de-açúcar. No período anterior, 2020/2021, foram 3,32 bilhões de litros de etanol; 2.19 bilhões de litros do biocombustível a partir do milho e 1,14 bilhão da cana-de-açúcar, conforme dados do Sindalcool-MT e Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

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