O governo federal anunciou, ontem, o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 25% para 27%. A medida começará a valer a partir do dia 16 de março. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) avalia que a necessidade de produção de mais etanol anidro favorece o mercado interno do produto derivado da cana de açúcar.
A mudança traz um ânimo para a indústria da cana, cujo cenário é de fechamento de dezenas de usinas no país. “A primeira vista, acrescentar 2% de etanol anidro na gasolina parece pouco, mas o setor sucroalcooleiro fala em uma demanda adicional de 1 bilhão de litros e Mato Grosso produzirá boa parte desse volume. Isso é ótimo para as usinas e para a economia do nosso Estado”, destacou o, diretor-executivo do Sindipetróleo, Nelson Soares Junior.
Outras vantagens são a redução da importação de gasolina pela Petrobras e o incentivo a um combustível menos poluente. O diretor lembra que para a gasolina chamada de Premium, ainda vale a mistura de etanol no atual patamar de 25%.
Antes a expectativa era de que a adição passasse a vigorar em fevereiro deste ano e chegasse a 27,5%. A decisão foi adiada a pedido do setor automotivo. As montadoras de veículos pediram mais testes sobre o rendimento do combustível e sobre a durabilidade dos motores. Ainda há estudos em andamento e isso gera divergências entre especialistas no assunto. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, por exemplo, termina um estudo sobre a maior mistura. Preliminarmente, acredita-se que não haverá grandes impactos no funcionamento dos veículos.
Sobre os preços, “a expectativa é de que não ocorram impactos significativos, o que depende de valores que sairão das usinas e distribuidoras, já que o posto costuma repassar preços definidos nesses elos da cadeia do combustível”.