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Mais de 2 milhões passaram a ser de classe média, diz pesquisa

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Mais de 2 milhões de famílias ascenderam socialmente e deixaram de ser consideradas de classe baixa, segundo o Instituto de Pesquisa Target. O instituto acompanha anualmente o potencial de consumo das classes econômicas do País utilizando como base nos levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa de Mercado (Abep).

Como conseqüência, a classe média cresceu. O crescimento no número de empregos com carteira assinada e o aumento do poder de compra das famílias, por conta da queda nas taxas de juros, são apontados pelo instituto como os principais responsáveis pela mudança social no País.

De acordo com o diretor do Target, Marcos Pazzini, as famílias mais pobres estão tendo despesas menores com itens básicos de alimentação e bebida, o que proporciona investimentos em outras áreas.

“Você tem um aumento nas despesas com alimentação e cultura, aumento nas despesas com beleza, na preocupação com o lado pessoal, e também tem um aumento considerável com gasto com veículo próprio”, explicou Pazzini. “Essa população, de certa forma, tem conseguido uma condição social melhor. Conseguiu adquirir um carro e esse carro, obviamente, tem um investimento e manutenção, como colocar gasolina”, acrescentou.

Segundo os números da pesquisa, em 2005, aqueles que ganhavam entre R$ 1.140 e R$ 3.750 (considerados pelo instituto classes B1, B2 e C – ou seja, a classe média) somavam mais de 25 milhões de famílias. Já em 2006, esse número subiu para quase 28 milhões de lares. Um crescimento de 7,9%. Entre o total das famílias que a pesquisa mostra (quase 42 milhões), a classe média representa 60,75% do total.

Ainda de acordo com o Target, o número das famílias consideradas pobres (classes D e E), que ganham entre R$ 300 e R$ 570, passou de 14,3 milhões no ano passado para 13,9 milhões este ano. Em relação ao topo da pirâmide do consumo (Classes A1 e A2), com salários entre R$ 11.700 e R$ 6.630, houve um ligeiro crescimento na quantidade de domicílios, passando de 0,7% em 2005 para 0,9% em 2006.

Na avaliação de Pazzini, essa situação deve ser mantida, caso não ocorra “nada de extraordinário” na economia. “Essas classes são muito suscetíveis a qualquer problema econômico que venha ocorrer. Por exemplo, um aumento da inflação que não seja repassado para o salário vai afetar diretamente essa população. Agora, se continuar o que temos verificado na economia, isso tende a se acentuar mais ainda”, afirmou.

Segundo Pazzini, a participação das famílias no PIB (Produto Interno Bruto), que historicamente vinha perdendo participação na soma das riquezas do país, deve apresentar recuperação em 2006. “Ela chegou a alcançar 62% do PIB e hoje as previsões para 2006 estão na faixa de 57% do PIB.

A tendência do consumo final das famílias é de que ele volte aos patamares anteriores de 58, 59, até ultrapassar os 60% do PIB. Obviamente, isso depende do que o governo impactar com o consumo das administrações públicas”.

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