Face a trágica situação para o setor madeireiro e, conseqüentemente, para toda a economia local, além de representar uma perda considerável de recursos com a queda de arrecadação de impostos, demissões em massa e paralisação da atividade madeireira, o prefeito Manuel Messias Sales se reuniu ontem, com a Associação dos Madeireiros de Feliz Natal, e assessoria jurídica da prefeitura.
O grupo foi unânime na declaração de que os órgãos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças ambientais têm colocado inúmeros entraves na autorização de novos projetos de manejo e exploração florestal. O presidente da associação Carlos Faganelo destacou que a repercussão das operações Curupira e Mapinguari mancham a imagem de pessoas e entidades que atuam plenamente dentro da legislação ambiental, além de enfatizar que a extração de madeira ilegal dentro da área indígena acontece fora dos limites de Feliz Natal.
“Não pretendemos de forma alguma acobertar pessoas que atuam de forma ilegal ou clandestina, mas queremos nosso direito de trabalhar, queremos agilidade na autorização de projetos, uma vez que todas as exigências foram satisfeitas, pois o setor madeireiro tem contribuído para o progresso de toda a região norte do Estado de Mato Grosso, alavancando o progresso, gerando renda e empregos, e contribuindo decisivamente para a preservação ambiental, visto que não é do interesse da classe derrubar a ou queimar a floresta, pois nossa matéria-prima depende da conservação das áreas de manejo”, declarou.
Faganelo ressaltou o empenho dos empresários feliznatalense em cumprir a legislação, seja trabalhista, fiscal ou ambiental, mas que esperam a contrapartida dos órgãos governamentais na liberação da documentação necessária para o exercício pleno da atividade, uma vez que a paralisação do setor acarretaria sérios problemas sociais para o município, já abalado pela Operação Curupira em 2005 e a grave crise agrícola enfrentada nos últimos dois anos. “2007 seria o ano de retomada de investimentos e de crescimento, mas ainda não sabemos que tipo de repercussão esta operação trará”, acrescentou.
A Associação dos Madeireiros de Feliz Natal voltará a se reunir com os representantes do Executivo e a assessoria jurídica para encontrar uma forma de pressionar os órgãos ambientais para que estes atuem com mais rapidez e agilidade na liberação dos projetos de manejo e exploração florestal protocolados no órgão.
Os advogados Hélio de Oliveira Neto, Caio Lourenzo Acialdi, Marcos Horta e Ari Fruto, o vice-prefeito Valderei Pescinelli e representantes da associação participaram das discussões.