O Supersimples reduz impostos de um lado, mas aumenta de outro. Após dois meses de sua vigência, indústrias madeireiras e moveleiras de Mato Grosso não estão certas que fizeram um bom negócio aderindo ao Supersimples. No madeireiro, por exemplo, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) subiu, em média, de 2,8% para 3,8%, apontou o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte (Sindusmad). O presidente José Eduardo Pinto explicou que, uma das principais alterações foi para empresas que aderiram ao Simples e perderam o benefício do Prodeic – Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso. “Antes elas estavam no Simples e no Prodeic estadual. Somando-se os dois, o volume de impostos era menor do que se paga hoje. Quem teve que migrar e pagar um único percentual está tendo uma carga tributária maior”, explicou, ao Só Notícias.
A situação não é muito diferente para as indústrias moveleiras. O presidente do Sindicato das Indústrias Moveleiras do Norte do Mato Grosso (Simonorte), Mauro Feronato, destacou que a unificação do ICMS ao Supersimples não tem sido aplicado nas vendas feitas pelas indústrias para as revendedoras, inviabilizando as vendas para outros Estados. “Na venda direta ao consumidor, o ICMS varia de 2,85% a 3%. Já nas vendas para as revendedoras o cálculo muda e fica em 17%”, justificou.
Mesmo com as dificuldades, o sistema tem sido a alternativa mais viável para os dois segmentos. O presidente da Federação das Indústrias do Mato Grosso (Fiemt), Clomir Bedin, disse, ao Só Notícias, que ainda é preciso cautela. “Temos que esperar e avaliar mais adiante os resultados e pontos problemáticos”, ponderou.
O prazo de adesão ao Supersimples, unificando o recolhimento de impostos da União, dos Estados e dos municípios (IRPJ, IPI, CSLL, Cofins, PIS e INSS empregador, ICMS e o ISS), encerrou em 20 de agosto.