O aumento da expectativa de vida do brasileiro, estimada hoje em 72,3 anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode fazer com que o tempo de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seja acrescido.
Em entrevista nesta quarta-feira à emissora de rádio, realizada no estúdio da Nacional AM, em Brasília, o ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, defendeu que as futuras gerações de trabalhadores contribuam por um período superior aos atuais 35 anos para homens e 30 para mulheres.
“A reforma que propus é aumentar o tempo de contribuição para os futuros trabalhadores, não para os atuais. Quem tem mais de 16 anos de idade e já está no mercado não sofreria nenhuma mudança. Mas, quem está com dez, 12 anos ou está para nascer, passaria a contribuir mais”, sugeriu.
Marinho justificou sua proposta com base nos crescentes gastos previdenciários com a população idosa. “Dos 25 milhões de benefícios que pagamos, 491 mil beneficiários têm mais de 90 anos de idade. Destes, 159 têm mais de 110 anos. É disso que estamos falando. Estamos vivendo mais que nossos avós. Possivelmente, nossos netos vão viver mais que nós. É preciso fazer um ajuste demográfico”.
Apesar das alterações sugeridas, o ministro não demonstra crer que uma reforma abrangente do sistema previdenciário possa ser iniciada no atual contexto político brasileiro.
“Não vejo ambiente político no Congresso Nacional para tramitar uma reforma da Previdência em 2008. Não adianta o governo eventualmente dizer o que quer fazer se o Congresso Nacional não estiver envolvido e participando”.