Os estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental para a construção dos trilhos da ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte) até Cuiabá poderão ser iniciados este ano, mas ainda não há data para sua conclusão, nem estimativa para chegada dos trilhos até a Capital mato-grossense. O governador do Estado, Silval Barbosa, afirma que não é hora de estabelecer prazos, até porque a intenção é acelerar o máximo que puder, mas que a conclusão dependerá dos resultados da pesquisa, que ainda será realizada.
O professor do Núcleo de Pesquisa de Logística e Transporte da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Miguel Miranda, diz que houve um equívoco do governo federal em retirar da América Latina Logística (ALL) a responsabilidade de construção, e que ao invés disso, deveria haver uma cobrança mais enfática sobre o estabelecimento e cumprimento de prazos para a continuidade das obras após a entrega em Rondonópolis. Silval Barbosa, que recebeu do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, a minuta do termo de cooperação para a realização dos estudos, confirma que não assinou um acordo com o Ministério. "Segui as orientações do meu advogado e só irei assinar após as eleições, quando também deve ser iniciada a pesquisa sobre viabilidade".
Segundo o governador ainda não está definido como o estudo será realizado, se por uma equipe de governo, uma empresa privada ou em parceria. "Vamos ver qual é a melhor opção para que o processo ganhe celeridade. Os R$ 3 milhões a serem investidos são de caixa de governo, falta apenas definir quem assumirá".
O governador acredita na conclusão dos estudos antes dos 18 meses programados, mas o professor Miguel Miranda afirma que em menos de 1 ano, não é possível que o documento seja entregue, mesmo com a existência de um pré-estudo de viabilidade realizado em 2002. Em relação à construção, ainda sem data definida para o início nem empresa para realização dos trabalhos, o executivo estadual afirma que algumas construtoras demonstraram interesse em tocar a obra e que a própria Valec, construtora estatal, tem manifestado interesse assumir as obras no trecho entre Rondonópolis e Cuiabá. Para Miranda, uma empresa só assumirá as obras quando a ALL assinar o direito de passagem pelos trilhos. O documento, segundo o presidente da ALL, Paulo Basílio, ainda não está elaborado, apesar do andamento nas negociações com a Agencia Nacional de Transporte Terrestre (ANTT).