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Governo e greenpeace discutem saída para pecuária em MT não desmatar

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O Governo de Mato Grosso começou a discutir hoje com a Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace Brasil e o Grupo Marfrig para a formatação de um plano de monitoramento da pecuária que garanta que a atividade não contribua para o desmatamento das florestas mato-grossenses. “O objetivo é que o Estado possa ajudar e o Greenpeace dar apoio a esse processo”, disse o diretor da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil, Paulo Adário, após reunião com o governador Blairo Maggi, no Palácio Paiaguás.

Segundo o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Alexander Maia, na área de pecuária é correto afirmar que esta é uma iniciativa pioneira. “Estamos tentando fomentar as indústrias produtoras e Organizações Não-governamentais (ONGs) a trabalharem juntas a exemplo, muito próximo, do que foi feito com a soja no ano de 2005, onde os produtores e as indústrias declararam a moratória da soja fazendo com que pudéssemos ter um rigoroso controle ambiental da produção extraída no Estado de Mato Grosso”, explicou coronel Maia.

A negociação com a pecuária começa a ser construída entre governo, indústrias e ONGs. O diretor de Sustentabilidade do Grupo Marfrig, Ocimar Vilela, contou que na próxima semana a empresa começa a conversar com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e autras lideranças da pecuária na região, para “pedir ajuda de como construir isso (plano) e de que maneira a gente consegue reverter essas questões”, completou o diretor, ao falar da importância do pecuarista no processo.

“Esperamos contar com os pecuárias com esse mesmo interesse, capitaneado também por parte das indústrias não somente o Grupo Marfrig, à frente neste processo, mas o Grupo Bertin, Friboi, enfim todos os outros grandes frigoríficos que atuam no Estado, para que possamos aumentar a qualidade de nossos produtos e possamos estar ainda mais inseridos no mercado internacional”, ressaltou o secretário-chefe da Casa Militar.

As preocupações do Governo são muito grandes neste processo, tanto na área ambiental como na social, por isso é tão importante que cheguem a um denominador comum, onde produtores e indústrias consigam ter seus rendimentos, a melhora na qualidade de vida das pessoas, mas também garantam a preservação ambiental. “Para que isso aconteça é necessário que estejamos de acordo com as exigências do mercado internacional. Caso contrário, sofremos o risco de termos os nossos produtos boicotados no mercado europeu, no asiático ou no americano”, analisou o secretário.

Conforme o diretor do Greenpeace, o sistema de monitoramento deverá fazer uso, por exemplo, de mapas e o acompanhamento de imagem de satélites, além de fazer um trabalho de convencimento dos produtores “que só tem ganhos, e não prejuízos, ao respeitar a floresta”. Ele revelou ainda a proposta de criação de prêmios para aqueles que preservarem a floresta. Já aqueles que desmatarem serão excluídos da lista de compras (moratória).

“É complicado, mas é um processo viável de fazer. No caso da soja foi possível fazer isso e depois de três anos de moratória, a produção de soja e a exportação aumentaram, porque a moratória não prejudica. Ao contrário, manteve o mercado internacional aberto para ele (no caso da oleaginosa)”, salientou Paulo Odário. Acompanharam a audiência ainda, o secretário de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan, secretário extraordináro de Projetos Estratégicos, José Aparecido dos Santos (Cidinho) e o diretor de Bovinos do Grupo Marfrig, James Cruden.

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