Diversos frigoríficos de Mato Grosso pararam a matança por falta de gado e suínos. Poucas unidades ainda têm animais para o abate. Com a greve no Indea, iniciada na segunda-feira, as guias para transportar animais das fazendas até os frigoríficos deixaram de ser emitidas e, sem elas, o transporte é proibido. Só Notícias apurou que um frigorífico de bovinos, na região Norte, por exemplo, está tendo prejuízo diário de R$ 120 mil, desde ontem, e os funcionários estão parados, esperando chegar animais.
Ontem à tarde, diretores da Associação dos Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), o Sindicato das Indústrias Frigoríficas (Sindfrigo) se reuniram com diretores do Sindicato dos Trabalhadores na Pecuária (Sintap) e as duas entidades do setor produtivo se propuseram a mediar acordo com o governo estadual para serem feitas mudanças no plano de cargos, carreiras, salários e reajustes. Foi assinado termo de acordo entre as partes, inclusive pela presidente do Sintap, Dianny Eire Dias, onde consta que houve “concordância da base dos servidores do Indea em voltar aos seus postos de trabalho normalmente nesta sexta-feira (5) o qual será verificado junto a base sindical ainda na data de hoje”. A suspensão da greve seria o primeiro passo para audiência com o governador em Exercício, Silval Barbosa, que estava marcada para esta manhã. Mas a greve não foi suspensa e prossegue por tempo indeterminado. Com isso, a audiência foi cancelada porque o governo mantém a decisão de não negociar com servidores em greve.
A maioria dos servidores do Indea tem salários baixos e a categoria cobra, há anos, que o governo mude o plano de cargos e carreiras para corrigir distorções salariais. A demora do governo Blairo Maggi em atendê-los culminou com a greve.
A justiça considerou o movimento ilegal e determinou que o atendimento seja retomado.
Não foi confirmado se o sindicato está recorrendo da decisão.