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Financiamentos para habitação caem 22% em Mato Grosso

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Mato Grosso registrou queda de 22% nos financiamentos concedidos para aquisição, construção e reforma de imóveis no primeiro mês de 2011 ante janeiro de 2010. O aporte contratado caiu de R$ 35,287 milhões para R$ 27,306 milhões de acordo com o Banco Central do Brasil. O Estado foi o único da região Centro-Oeste a fechar o mês com variação negativa. O percentual de queda também foi a maior do país, à frente das duas outras unidades da federação (Amapá e Pará) que tiveram retração no período.

Além do volume financeiro, houve um recuo de 28% no número de imóveis financiados, que reduziu de 284 para 202 unidades na mesma base de comparação. Motivos variados são apontados para a performance decrescente entre eles a interrupção do sistema de informação da Caixa Econômica Federal o que pode ter causado acúmulo na demanda. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção de Mato Grosso (Sinduscon), Cezário Siqueira, conta que o site da Caixa não está dando suporte suficiente aos interessados em contratar um financiamento, e que o problema está sendo resolvido pelo departamento de informática, em Brasília.

Por meio da assessoria de imprensa, a Caixa informou que houve um problema pontual em janeiro com relação ao sistema de informação, mas que a falha não foi suficiente para gerar redução significativa no volume de financiamentos. Além disso, a assessoria afirmou que o problema foi corrigido imediatamente.

O proprietário da construtora Concremax, Júlio Flávio Miranda, revela que o defeito no sistema prejudicou e continua afetando as construtoras. “Há uma demanda de clientes que solicitam financiamento e que precisar esperar semanas para conseguir”. Ele afirma que, com isso, o repasse feito pela Caixa às construtoras também atrasa porque o banco exige um certo volume de vendas para a concessão do crédito.

Para o economista Manoel Marta não há evidências de uma desaceleração no mercado imobiliário e que algum fato particular pode ter acontecido. “Por mais que haja um discurso de inflação, os consumidores não estão se retraindo. Pode ter sido um fato aleatório”.

O diretor do Sindicato da Habitação de Cuiabá e Várzea Grande (Secovi), Guido Grando Júnior, também afirma que não há nenhum indicador de preocupação e que a redução pode estar vinculada à falta de lançamentos em janeiro. “Os financiamentos geralmente são feitos quando os imóveis são entregues. Como em janeiro nenhuma construtora liberou imóveis para os moradores, o número de empréstimos reduziu”. Segundo Guido Júnior, a tendência é que o mercado continue aquecido nos próximos anos e que apenas os imóveis usados podem sofrer uma retração de mercado.

Diferentemente avalia o sócio da construtora Gerencial, Paulo Sério. O empresário afirma que houve uma empolgação por parte das empreiteiras e o Estado, principalmente a Capital, não tem um mercado tão disponível para acompanhar o volume de lançamentos. “A comercialização está mais lenta. Não existem tantos consumidores disponíveis para absorver a oferta”. Conforme explica Paulo Sério, antes o tempo entre o fim das obras e a ocupação dos imóveis era de aproximadamente 6 meses e que a previsão é que este prazo estique para 1 ano e meio.

Outro ponto levantado pelo empresário é com relação à queda registrada em janeiro no setor da construção civil em todo o país e que, segundo Paulo Sério, é comum neste período do ano. “Nos 2 primeiros meses é normal haver queda nas vendas. É a partir de março que o mercado começa a reagir”. Enquanto Mato Grosso registrou retração, Goiás elevou as vendas em 177%, o Distrito Federal em 115% e o Mato Grosso do Sul teve acréscimo de 70%.

 

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