Financiamentos liberados pelo Banco do Brasil para a safra agrícola 2011/2012 mato-grossense já somam R$ 1,473 bilhão, contabilizados entre julho e outubro. O montante deve chegar a R$ 3 bilhões até o fim do 1o semestre de 2012, prazo final para as liberações do atual ciclo produtivo, segundo a instituição financeira. Na safra anterior o BB emprestou R$ 2,457 bilhões, sendo R$ 980 milhões liberados entre julho e outubro de 2010.
Gerente de Mercado e Negócios do BB em Mato Grosso, Anderson Scorsafava, afirma as metas estipuladas para a atual safra, de R$ 2,815 milhões, serão superadas. "Já emprestamos 50% a mais para o mesmo período de 2010".
Um dos fatores que têm atraído os produtores são as linhas de crédito para o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e a antecipação dos financiamentos para a safra, inclusive do milho safrinha, tradicionalmente liberados a partir de janeiro. "Estamos investindo mais no atendimento do agronegócio, inclusive com carteiras privadas e com segmentação de clientes". Outra medida adotada pelo BB que influenciou nas contratações, diz Scorsafava, foi a renegociação de dívidas dos clientes inadimplentes entre 2008 e junho de 2010. "Pagando 40% nos 5 primeiros anos, o produtor conseguiu renegociar por até 10 anos".
Resultados obtidos na última safra favoreceram, avalia o gerente, contribuindo para redução na inadimplência, mantida em 1%. Nesta safra, produtores que buscarem recursos para custeio podem contratar R$ 650 mil, sendo mais R$ 650 mil liberados para mesma finalidade pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Centro- Oeste (FCO), a taxas variáveis entre 5,5% e 8,5% ao ano.
Pela linha ABC foram ofertados R$ 850 milhões em todo país, sendo que cada produtor pode contratar até R$ 1 milhão a juros de 1,5% ao ano. "Como no Estado um terço das áreas cultiváveis é de pastagem degradada está havendo uma boa procura nesta linha e as propostas são analisadas". Proprietário da Selvaplan Planejamento Agropecuário, Adilson Berlin confirma que os produtores estão antecipando investimentos para a atual safra, incluindo de milho safrinha, por causa das perspectivas favoráveis de comercialização. "Nesse cenário, o banco disponibilizou os recursos mais cedo e o produtor está aproveitando".
Em Sorriso, Berlin diz que já foram captados recursos para cultivo de 20 mil hectares de milho 2a safra, mesmo antes de encerrado o plantio da soja. Presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Júlio Cinpak, diz que quando não há restrição o produtor recorre mais aos financiamentos, mas que ultimamente estão menos dependentes do crédito bancário.