sexta-feira, 26/abril/2024
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Esquema de fraude de R$ 2 bi envolve empresa “fantasma” de soja em Mato Grosso

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A Receita Federal e a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo vão cobrar R$ 2 bilhões em tributos de dez indústrias e redes de varejo que, supostamente, participaram de esquema de exportação fictícia de óleo e farelo de soja a fim de obter vantagens fiscais. Pelo menos quatro consultorias — uma conhecida mundialmente – estão sendo investigadas por terem criado e vendido o modelo de exportação fictícia para empresas economizarem no pagamento de ICMS, PIS e Cofins. Uma empresa criada em Cuiabá, pode estar envolvida no esquema.

Segundo a denúncia publicada no final de semana pelo jornal “Folha de S.Paulo”, a fim de pagar menos tributos, as consultorias criaram, segundo as investigações, um sistema de exportação que envolve uma empresa fornecedora de soja em Cuiabá de fachada, uma indústria que esmaga o grão (produz óleo e farelo de soja) e uma trading, que exporta o produto. A operação é “simbólica” — só acontece no papel. Ao comprar a matéria-prima (soja) de outro Estado para exportar, a empresa se apropria de um crédito fiscal. No caso do ICMS, ele é de 12%. Se exporta R$ 10 milhões em farelo de soja, o crédito fiscal é de R$ 1,2 milhão.

Seria um dos maiores e mais sofisticados casos de fraude fiscal dos últimos 20 anos, segundo a Folha apurou. O esquema seria “vendido” aos empresários pelas consultorias por meio de folhetos e projeções em computador.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Crimes de Sonegação Fisca), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Receita e Fazenda estão em fase final de investigação, com o apoio do Ministério Público Estadual de Mato Grosso. Vão cobrar das empresas R$ 1 bilhão em ICMS (incluindo o valor não-pago do imposto, juros e multas) e R$ 1 bilhão de PIS e Cofins.

Para realizar a exportação falsa, a trading envolvida no esquema parte de uma exportação verdadeira. As notas emitidas a partir dessa operação real (para uma empresa exportadora de soja para a qual a empresa trabalha regularmente) são clonadas a fim de simular a exportação fictícia. A trading entrega ao cliente (atraído pelas consultorias) todos os comprovantes da exportação e os extratos do Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior) que dão direito aos créditos fiscais. Esse esquema permite que as empresas economizem até 50% no pagamento de tributos.

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