O dólar encerrou em baixa de 0,74% nesta quarta-feira, a R$ 2,281, derrubado por ingressos de recursos depois de duas sessões seguidas de alta.
O cenário externo levemente mais favorável também contribuiu para o movimento no câmbio antes do feriado de Corpus Christi na quinta-feira.
“No câmbio hoje há entradas (de recursos), teve mais vendedor do que comprador de dólar”, resumiu o gerente de câmbio de um banco nacional, que não quis ser identificado.
O dólar chegou a subir mais de 1% na abertura, de olho nos dados de preços ao consumidor acima do previsto nos Estados Unidos. Enquanto o índice geral veio em linha com o previsto, o núcleo veio um pouco acima do esperado.
Mas a visão de que a elevação do juro pelo Federal Reserve em junho já está precificada pelos investidores, e que ainda não há certeza sobre o próximo movimento, permitiu que alguns mercados externos melhorassem.
Nesta tarde, as bolsas de valores norte-americanas operavam em alta, e o rendimento dos Treasuries avançava. Ao mesmo tempo, os títulos da dívida externa brasileira ganhavam força e o risco-Brasil caía 13 pontos, para 264 pontos-básicos sobre os Treasuries.
O economista-chefe da corretora Liquidez, Marcelo Voss, lembrou que, embora o índice de preços ao consumidor dos EUA tenha sido um pouco pior, “tem que se levar em conta que as commodities já caíram muito depois da apuração (do dado)”.
Para ele, o que conteve uma recuperação maior das bolsas norte-americanas foram os comentários do presidente do Fed de Dallas, Richard Fisher, e da diretora do BC norte-americano Susan Bies, que demonstraram grande preocupação com a inflação.
O mercado também acompanhou a divulgação do Livro Bege do Fed, que apontou que a economia norte-americana continuou crescendo de meados de abril a começo de junho, mas há sinais de desaceleração do crescimento e de inflação.
“O Livro Bege confirma o 0,25 (ponto percentual de alta no juro dos EUA), mas deixa em aberto uma parada estratégia”, afirmou Voss.
O operador de câmbio de um banco nacional apontou que alguns investidores estão apostando em uma pausa no ciclo de aperto monetário do Fed depois da reunião de junho, e isso atraiu estrangeiros para a venda de dólares.